Revendedores de automóveis voltam a protestar contra a recusa das financeiras em aceitar o novo método de financiamento. Após manifestação na sede do Detran-PR terça-feira (9), nesta quarta (10) eles sairam por volta de 9h50 em carreata do antigo Estádio do Pinheirão. Primeiro, eles passaram pelo Detran-PR, ali perto, no bairro Tarumã, e por volta das 10h30 partiram até o Palácio Iguaçu, sede do governo estadual no Centro Cívico, onde chegaram por volta das 11h. Uma viatura da Polícia Militar (PM) acompanhou todo o trajeto da manifestação.
Os manifestantes fizeram buzinaço e soltaram rojões na frente do Palácio Iguaçu na tentativa de serem recebidos pela governadora Cida Borghetti (PP). Uma faixa da rua em frente ao palácio ficou bloqueada pelos veículos da carreata.Entretanto, eles foram recebidos por representantes da Casa Civil e tiveram uma reunião com o diretor-geral do Detran, Marcello Alvarenga Panizzi.
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Segundo o advogado Igor José Ogar, que representa os comerciantes de automóveis, a promessa de Panizzi foi solucionar o impasse ainda na tarde desta quarta-feira (10). Com isso, segundo Ogar, os pagamentos também poderão ser liberados até o fim do dia.
Já o Detran informou que a liberação de mais uma empresa cadastrada para prestar o serviço de registro ocorre nesta quarta.
Só no Autoshopping Curitiba, também no bairro Tarumã, 200 carros já negociados estão parados no pátio sem poderem ser entregues aos compradores. “O pátio está lotado. Não temos onde pôr os carros novo”, enfatiza Joanes Pereira, 40 anos, da direção dos revendedores do Autoshopping Curitiba. “Isso não atrapalha só as vendas. Toda a nossa estrutura está parada: os lojistas, o lava-car, os despachantes, porque não está girando”, reforça. No total, 120 funcionários do complexo estão praticamente parados.
O problema também trava o pequeno comércio. Dono de um lava-car que também faz trabalho de higienização e polimento no Sítio Cercado há quatro anos, Luiz Carlos Bazalia está sentindo no caixa de seu comércio o entrave entre Detran-PR e bancos. “Em média, atendo dois carros por dia. Essa semana, só um carro entrou no lava-car”, dimensiona o comerciante. Ele diz que tem duas faturas para receber de uma loja de carros mas que não tem previsão de quando o pagamento será feito por causa deste entrave.
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Já o revendedor Wilyan Bonfanti, da CWB Multimarcas, na CIC, afirma que está há 12 dias sem fechar novos contratos. “Os bancos e o Detran mudaram esta regra sem nos avisar”, reclama Bonfanti, que está com quatro carros já vendidos na loja e mais oito que foram negociados mas a loja ainda não recebeu o pagamento. “Nosso medo é que aconteça algo com esses carros já vendidos. Como não temos contrato, eles podem retornar danificados para a loja”, afirma.
Recusa
A reclamação dos lojistas é em relação à recusa das financeiras em aceitar o novo método que, segundo eles, contraria uma norma do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Desde que o Detran-PR regulamentou em 1.º de outubro o serviço de contratos de veículos adquiridos por meio de financiamento, arrendamento mercantil ou outra modalidade que exija a anotação legal de alienação no documento do veículo, cerca de 100 mil veículos novos e seminovos que foram vendidos permanecem parados nas revendas de todo o país.
Com a nova regra, a burocracia entre bancos e o Detran-PR aumentou, já que apenas uma empresa está autorizada a avaliar o financiamento, o que causa demora na liberação dos veículos. Alem disso, o revendedores reclamam que o valor para a execução do serviço triplicou.
O Detran-PR informou terça-feira que sempre houve apenas uma empresa responsável por gerir o serviço de Registro Eletrônico de Contratos, mas que isso irá mudar por causa da resolução do Contran. Segundo o Detran, outras empresas já foram credenciadas e, em breve, também passarão a operar nesse sistema.
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