Represa do Iraí: estiagem e consumo alto deixam a represa quase seca.| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná
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Por causa do pior cenário de seca dos últimos 100 anos no Paraná, a Sanepar admite que o rodízio de água nos bairros pode durar até outubro em Curitiba e região metropolitana. Atualmente, a empresa opera em um sistema de rodízio do fornecimento, com um dia sem água e quatro dias de abastecimento em determinados bairros.

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“É fundamental que as pessoas entendam que esse rodízio vai continuar por muito tempo. Não há previsão de que acabe antes de setembro ou outubro, porque a estiagem é gigantesca”, explica o diretor de meio ambiente da Sanepar, Julio Gonchorosky.

Com a falta de chuvas, o impacto em Curitiba e região é grave. Importantes bacias hidrográficas do Paraná estão com os menores volumes de água em décadas. No Rio Iguaçu, por exemplo, é o menor volume em 90 anos, o que interfere até no volume de água das cataratas em Foz do Iguaçu, e o Rio Tibagi está com o nível mais baixo dos últimos 41 anos.

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Em Curitiba e RMC são quatro reservatórios responsáveis pelo abastecimento de 3,5 milhões de pessoas: o de Iraí está com 17% da capacidade, o Passaúna com 41,42%, o Piraquara I com 61% e o Piraquara II com 100%. Por isso, é importante que a população economize água.

Cuidados

O rodízio é necessário para que não haja esvaziamento dos reservatórios que abastecem a Grande Curitiba. Caso não fossem realizados, haveria risco de racionamento, uma medida mais drástica e bem mais longa do que as 24 h sem água prometidas pela Sanepar.

“O Paraná enfrenta, ao mesmo tempo, a pandemia da Covid-19 e uma das piores crises hídricas da sua história. E é possível traçar um paralelo entre essas duas situações. Da mesma forma em que é preciso usar máscara e álcool para evitar a transmissão do vírus, também é preciso que as pessoas façam a sua parte para que não falte água”, enfatizou o secretário do Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes.

A previsão do Simepar é que as chuvas só voltem ao normal em setembro. Mesmo assim, por causa da longa estiagem, que vem desde o segundo semestre do ano passado, isso não significa que os mananciais vão se recuperar rapidamente. “As previsões apontam que ainda vai chover abaixo do normal no Paraná durante o inverno, que já é um período historicamente mais seco”, explicou o presidente do Simepar, Eduardo Alvim.

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