O Teatro Paiol é o símbolo da falta de segurança na região do bairro Prado Velho, em Curitiba. Pela terceira vez no ano, a iluminação externa foi furtada, o que faz a prefeitura estudar uma nova forma de iluminar um dos maiores símbolos da cultura da cidade. Mas não é apenas o teatro que sofre com a criminalidade. Assaltos também são parte da vida de quem transita, mora ou trabalha pela região.
A última ocorrência próxima à casa de espetáculos foi no dia 26 de julho. Segundo a prefeitura, na madrugada, ladrões arrancaram cinco refletores que fazem a iluminação externa, deixando oito dos 15 aparelhos sem condições de funcionamento. Para evitar novos furtos, o departamento de Iluminação Pública, a Fundação Cultural de Curitiba e a administração do teatro estão estudando uma forma diferente de iluminar o local, com um sistema antifurto. Já o teatro em si não tem registros recentes de roubos.
Só que a ação dos criminosos não se restringe ao teatro. Pessoas em pontos de ônibus próximo e que usam o tubo do Ligeirinho também são alvo. É o caso de Celso da Luz Castro, que passa diariamente pela estação-tubo Paiol. Segundo o estudante, as tentativas de assalto são rotineiras na região e ele já foi vítima algumas vezes. “Nunca é muita coisa que eles querem, só o celular e algum dinheiro. Até porque a gente não anda mais com dinheiro por aí”, diz. Para ele, o medo de quem passa por ali é constante. “Tem que se cuidar sempre, e quando dá para andar em grupo, melhor”.
Castro conta que já teve um aparelho celular roubado este ano e agora anda com um modelo desvalorizado, para tentar fugir da ação dos ladrões. “Comprei um bem velho, que não tem tudo que os melhores têm, mas pelo menos não me roubam. Não vale a pena investir em algo caro para ser roubado logo depois”.
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O tubo Paiol e seus arredores também são alvo dos mais diversos criminosos. De acordo com o cobrador Carlos Alberto Santos, que há cerca de dois anos trabalha na estação, o mobiliário urbano instalado no local não dura um dia. “Instalaram essas placas de propaganda aqui e, no outro dia que cheguei para trabalhar, já não tinha mais vidro. A frente estava quebrada. Só não levaram tudo porque deve ser muito pesado”, relembra.
Santos revela que o tubo não é assaltado há cerca de cinco meses — o que é incomum para a região. Segundo ele, até o começo de 2017, a violência era uma das marcas da área e os assaltos eram quase semanais. “A gente se sente muito desprotegido. Segurança de verdade não tem. Até tem polícia, eles passam por aqui em alguns momentos, mas deveria ser mais, principalmente à noite, que é mais perigoso”.
Opinião compartilhada pela secretária Andreia Carvalho. Moradora da região, Andreia diz que, no começo dos anos 2000, existia um totem da Polícia Militar ao lado da estação e que o equipamento ajudava na segurança da região. “Pelo menos a gente tinha mais sentimento de estar seguro. Parece que os ladrões não tinham tanta coragem quanto tem hoje”, concluiu.
Insegurança em toda a região
Em junho, a Gazeta do Povo abordou a mudança de rotina de comerciantes e estudantes de uma universidade no Prado Velho devido à falta de segurança.
Com relação a essa questão, a PM informou à época e reforçou nesta quarta-feira que atua nessa área, faz o policiamento ostensivo diuturnamente e que há uma companhia situada nas proximidades da universidade. A corporação destacou ainda a importância da registrar boletim de ocorrência em todos os casos.
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