Curitiba se tornou a primeira cidade do Brasil a zerar a transmissão do HIV de mãe para filho. Título que foi concedido ao município no último dia 1.º, Dia Mundial de Luta Contra o HIV/Aids. No entanto, transformar a cidade em referência no combate ao vírus HIV exige bem mais. E a forma mais eficiente de chegar lá, na verdade, é simples e gratuita.
Tratam-se dos testes anti-HIV disponíveis nas 110 Unidades Básicas de Saúde (UBAs) de Curitiba e no Centro de Orientação e Aconselhamento (COA), localizado na Rua do Rosário, 144, no São Francisco.
Em nenhuma dessas unidades é preciso marcar consulta para realizar o exame. Nos postos de saúde, basta chegar à recepção e pedir pelo teste, que a pessoa será acolhida de forma muito discreta. Nestes casos, é realizada coleta de sangue e o resultado sai em até 48 horas. Caso o interessado não tenha prontuário na UBS, é necessário levar um documento com foto.
Também é possível fazer o teste rápido no COA, em que os resultados saem em 20 minutos. O teste rápido baseia-se na coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo. No Centro de Orientação e Aconselhamento, que funciona todos os dias das 8h às 17h30, é possível realizar o exame de maneira anônima, sem apresentar documento.
A infectologista Cléa Elisa Lopes Ribeiro, médica responsável pela Vigilância Epidemiológica em Curitiba, ressalta que os dois exames são extremamente seguros e confiáveis. A escolha vai se basear na preferência do paciente. Importante ressaltar que os exames devem ser realizados a partir de 30 dias após a exposição à situação de risco - prática de sexo sem proteção, compartilhamento de seringa, entre outras situações - para que o vírus possa ser detectado.
Exames
A boa notícia é que vem aumentando o número de pessoas que fazem os testes anti-HIV em Curitiba. Somente em 2016, foram mais de 60 mil testes pela rede pública do município, sendo 896 deles reagentes. Segundo Cléa, o aumento da procura é graças à conscientização da população.
No entanto, um problema é a demora em iniciar o tratamento assim que o vírus é detectado. “Algumas pessoas negam por muito tempo que são portadoras de HIV. Isso é muito prejudicial para a saúde delas próprias”, enfatiza a médica infectologista.
Detectar o vírus precocemente e iniciar o tratamento é importante porque, quanto mais cedo, menor é a agressão nas células de defesa do portador. “Um jovem de 25 anos que descobre o HIV e logo começa a se tratar tem expectativa de vida igual a outro jovem da mesma idade”, reforça a infectologista.
Tratamento
Assim como os testes, o tratamento do HIV é totalmente gratuito no Brasil. Quando a pessoa recebe o diagnóstico positivo, ela já é direcionada para o ponto de entrega de medicamento mais próximo e passa a ser atendida por uma unidade de saúde para os exames e consultas periodicamente.
Pirâmide de risco
De acordo com a infectologista Cléa Elisa Lopes Ribeiro, médica responsável pela Vigilância Epidemiológica em Curitiba, não se fala mais em população de risco, mas em população com práticas de risco acrescido. Neste sentido, os mais vulneráveis ao vírus são os homens de 20 a 29 anos que fazem sexo com outros homens e profissionais do sexo.
Tanto que o percentual de homens gays com HIV quase dobrou em dez anos em Curitiba. Em 2005, 20% dos casos de HIV positivo foram diagnosticados nessa população. Em 2015, este número subiu para 42%.
Isso acontece também pela chamada pirâmide de risco, sendo o sexo anal receptivo o mais vulnerável a contrair o vírus. Na ponta da pirâmide está o sexo oral.
Por conta disso, o município de Curitiba distribui para os homens gays o teste “A hora é agora”, que é solicitado pela internet e entregue em casa pelos Correios. A autotestagem é feita pela saliva e leva 20 minutos para sair o resultado. Este teste é um teste de triagem. Ou seja, caso o resultado dê positivo, é preciso confirmar por alguma das outras formas.
Serviço: Centro de Orientação e Aconselhamento (COA)
Rua do Rosário nº 144, 6º andar, Bairro São Francisco, Curitiba-PR
Telefone: (41) 3321-2781
Horário de funcionamento: 8h às 17h30
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