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Ainda é bastante comum que pessoas que têm seus celulares roubados não procurem a polícia para fazer um boletim de ocorrência do fato. De acordo com informações da Polícia Civil e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), esse documento pode, a partir de agora, agilizar o processo de bloqueio e inutilização do aparelho roubado, além de contribuir para que a polícia encontre os responsáveis pelo crime ou os receptadores que revendem os produtos frutos de roubo.

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A Polícia Civil do Paraná, assim como já acontece em estados como Bahia e São Paulo, já tem acesso ao Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (Cemi), e poderá bloquear o celular roubado utilizando o número de série do aparelho (IMEI) diretamente da delegacia onde o boletim de ocorrência é registrado. Conforme a Sesp, caso o proprietário do aparelho não saiba o IMEI, será possível identificá-lo a partir do número de telefone.

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“Hoje consegue-se bloquear [um aparelho roubado], mas o processo é muito burocrático. Agora, vai agilizar o procedimento”, afirma o delegado Emmanuel David, da Delegacia de Furtos e Roubos. A polícia explica que atualmente a pessoa tem que entrar em contato com a operadora, essa pedirá o bloqueio à Anatel, e será preciso esperar que a estatal faça esse serviço. Com a mudança, os policiais irão entrar diretamente no sistema da Anatel e cadastrar o número do IMEI que precisa ser bloqueado.

Conforme o delegado, porém, nem todos os aparelhos serão bloqueados, já que alguns podem ser úteis para investigações. Ainda assim, a expectativa é que, com um processo mais rápido, mais aparelhos sejam bloqueados e fiquem “inservíveis” para a revenda – e com isso que o número de roubos diminua.

David diz ainda que, em breve, os policiais poderão acessar o cadastro diretamente da rua e, se encontrarem uma pessoa portando um aparelho bloqueado durante um operação, por exemplo, poderão prendê-la e investigar seu envolvimento por receptação de produto roubado ou até pelo próprio roubo.

Outros usos

Além de permitir o bloqueio rápido do celular, o boletim de ocorrência é necessário para a investigação do crime. “É importante para criminalizar a pessoa que recepta ou rouba, para conseguir mandado de prisão”, explica David.

Ele ainda pode evitar que o proprietário do aparelho roubado tenha problemas caso o celular seja usado para atividades ilícitas, e permite que a polícia mapeie esse tipo de crime e se organize para combatê-lo.

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