A mesma previsão de chuva que pode tirar Curitiba e Região Metropolitana do racionamento de água no começo de 2022 também atrapalha a principal obra no enfrentamento da crise hídrica. A construção da Barragem do Miringuava, em São José dos Pinhais, parou em novembro e só deve voltar em quatro meses, em março do ano que vem. Ao custo de R$ 160 milhões, a barragem terá capacidade para armazenar 38 bilhões de litros de água, garantindo produção de 2 mil litros por segundo.
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A estrutura está 60% concluída, mas o plano original da Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar) era de que a represa já estivesse em operação desde o fim de 2020. Na sequência, a Sanepar projetou o enchimento do espelho de água ainda no primeiro semestre de 2021, o que também não ocorreu.
O motivo da paralisação atual é o mesmo dos anteriores: excesso de umidade no solo. De acordo com a Sanepar, o controle da umidade é essencial não só para garantir os requisitos técnicos do projeto e a estabilidade da represa quando estiver em operação, mas principalmente para a segurança dos trabalhadores da obra.
"A Sanepar prima pela segurança como condição básica para continuidade da obra. Se não tem a condição de umidade ideal para evoluir na construção do aterro, o mais prudente é aguardar o momento correto", explica a companhia em nota.
Chuvas de verão
A previsão da Sanepar é de que o volume de chuva no verão seja suficiente para alcançar o nível de 80% de armazenamento no sistema de captação, o que permitiria o fim do rodízio no abastecimento nos bairros. Em novembro e dezembro a Sanepar prevê precipitação abaixo da média história desses meses. Porém, deve haver elevação das chuvas entre janeiro e março.
Essa previsão, por outro lado, atrapalha o avanço da obra no Miringuava. "A expectativa é que a obra seja retomada em março, quando se encerra o período chuvoso", ressalta a companhia. A data, ainda de acordo com a Sanepar, está dentro do prazo contratual da construção.
A chuva de outubro e novembro já permitiu que a Sanepar flexibilizasse o racionamento em Curitiba e RMC. Desde segunda-feira (15), o sistema foi ampliado para 60 horas com água por 36 horas de corte. Desde março de 2020 a capital e municípios vizinhos sofrem com o rodízio, que desde agosto desse ano estava em 36 horas com água por 36 horas sem abastecimento.
Além da chuva prevista, a Sanepar enfatiza que a economia de água será essencial para que o racionamento seja encerrado de vez. Para isso, a companhia mantém desde o ano passado a meta de 20% de redução no consumo individual de água em todo o Paraná.
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