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Curitibanos já enfrentam prateleiras vazias | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Curitibanos já enfrentam prateleiras vazias| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Com a greve dos caminhoneiros completando o 10º dia nesta quarta-feira (30), a Associação dos Supermercados do Paraná (Apras) afirma que a situação do desabastecimento de alimentos no estado já é insustentável. “Se a greve não parar, o alimento vai faltar já nesta semana”, afirmou Valmor Rovaris, superintendente da Apras. Em Curitiba, os centros de abastecimento ainda têm recebido 30% das cargas, pois alguns fornecedores de produtos perecíveis estão localizados na capital e não passam por pontos de manifestação para realizar a entrega. Mas, no interior do estado e no Litoral, não há nenhuma reposição de produtos e os estoques estão críticos.

De acordo com Rovaris, Paranaguá e todo seu entorno apresentam a situação mais preocupante, e os mercados já sinalizaram à associação que - além de não terem mais frutas, verduras, carne e leite - também estão com baixo estoque de produtos básicos como arroz e feijão. “As lojas, em sua maioria, estão vazias porque a maioria dos fornecedores é de Curitiba”, explicou.

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Também há dificuldades graves de estoque nos municípios de Ponta Grossa, Maringá e Cascavel. “Os mercados estão se mantendo com produtos que ainda têm na loja, mas, se o abastecimento não for restabelecido de forma urgente, pode faltar alimentos já a partir desta semana”, alerta Rovaris.

Albari Rosa/Gazeta do Povo

Para evitar esse desabastecimento, a orientação da Apras é que os clientes não façam grandes estoques de alimentos, mantendo seu ritmo de compras normal. “Temos que manter a calma”, pediu. Segundo a instituição, existem 4.600 mercados no Paraná, então o cliente pode procurar alimentos em diferentes lojas. “Se não encontrar em uma, vá em outra. Mas não estoque mais do que o necessário”.

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Limite de compras

O Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR) até orientou os supermercados a limitar a quantidade de produtos vendidos por cliente para que todos tenham acesso ao que ainda está disponível nas lojas. “O Código do Consumidor apresenta a limitação de produto como uma situação abusiva, salvo em situações justificáveis como essa que estamos acompanhando nos últimos dias”, explicou a diretora do Procon-PR, Cláudia Silvano, em entrevista à RPC.

A Apras repassou essa orientação aos supermercados do estado e grandes redes como Carrefour, Muffato e Condor já começaram a fixar cartazes informando a quantidade máxima disponível para cada produto. Além disso, o Procon-PR também pediu aos mercados que ofereçam mercadorias da cesta básica com os mesmos preços praticados antes da greve. “Só não conseguiremos fazer isso naqueles produtos que tiveram aumento significativo em sua origem, como é o caso da batata, por exemplo. Isso porque, se dobrou na hora de comprar, o preço vai ter que dobrar na hora de vender”, pontuou o superintendente da Apras.

Normalização pode demorar

As orientações para consumidores e mercados valem até a normalização total do abastecimento de alimentos, o que deve demorar aproximadamente sete dias a partir do encerramento da greve. Segundo Rovaris, esse é o tempo estimado para que os produtos cheguem a todos os mercados.

“E todo o processo de produção das indústrias também foi comprometido, então alguns produtos podem demorar um pouco mais para voltar ao seu estoque normal nas prateleiras”, adiantou o superintendente, que pede consciência da população a respeito da falta de alimentos. “As autoridades precisam, sim, pensar em seu papel, assim como a sociedade precisa repensar a questão da greve para que ninguém veja seu filho tendo dificuldades com alimentação”, ponderou.

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