Secretária da Saúde diz que mudança de bandeira laranja para vermelha em Curitiba é “fake news”.| Foto: Reprodução/Facebook
Ouça este conteúdo

Após endurecer as declarações em entrevistas e lives diárias da Prefeitura de Curitiba nos últimos dias devido ao crescimento dos casos de Covid-19 na capital, nesta quinta-feira (18) a secretária de Saúde Márcia Huçulak procurou acalmar os mais alarmados e desmentir boatos sobre um possível lockdown nos próximos dias.

CARREGANDO :)

RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp

"Desde ontem nas redes sociais tem um pessoal falando que nós vamos decretar o fecha tudo em Curitiba, a bandeira vermelha. Só pra orientar tudo mundo nós estamos com a bandeira laranja; não tem bandeira vermelha [...]. A menos que a gente tenha uma catástrofe amanhã com um grande número de casos, que parece não ser o caso, pois a gente monitora entrada de UPA, unidade, hospitais, nós vamos permanecer ainda na bandeira laranja", declarou durante a live.

Publicidade

A secretária reclamou das fake news nas redes sociais e disse no momento não vê razão para mudar as orientações. "Não há motivo (para mudar a cor da bandeira), tem muita fake news, as pessoas estão ansiosas, temerosas, inseguras. Nós vamos informar se a gente perceber que há uma mudança de tendência, mas mesmo com os dados dessa semana ainda permanecemos na bandeira laranja. Não vejo nenhuma situação que a gente possa mudar na próxima semana da cor laranja, permanecem as restrições e orientações (atuais)".

E também reforçou a importância de seguir as orientações de distanciamento social e medidas sanitárias. "Alertamos para a importância de manter os cuidados: lave constantemente aos mãos, use álcool em gel, areje os ambientes, use máscara e evite sair de casa". Huçulak ainda declarou que é possível voltar a bandeira amarela "se tudo mundo colaborar".

Apesar de torcer pela manutenção da bandeira laranja, a médica infectologista Marion Burger (também presente na live) fez uma ressalva. "Eu queria fazer um contraponto à secretária hoje. Espero que continue na laranja, mas realmente os dados estão mais preocupantes do que semana passada, quando a gente já estava repassando a preocupação sobre a transmissão do vírus em Curitiba, não só mais casos como mais internamentos. Não é possível relaxar, o vírus é traiçoeiro", declarou.

Segundo Burger as internações atuais por problemas respiratórios estão perto do dobro do que há dois meses, quando eram cerca de 40 por dia. "Hoje temos 60, 80 pessoas internadas por dia, que incluem falta de ar. Felizmente muitos deles, mais de 60% são descartados (para Covid-19)", explicou.

Publicidade

Gestantes e doentes crônicos devem procurar vacina contra a gripe

Além de atualizar os dados sobre a Covid-19, a secretária alertou para a baixa procura pela vacina contra o vírus Influenza. "Especialmente gestantes e doentes crônicos têm procurado pouco a vacina, estamos entrando no inverno e é importante principalmente para a gestante, que vai passar a proteção para o bebê".

O prazo foi estendido até o 30 de junho ainda no fim de maio justamente pela baixa procura do público-alvo da campanha. Em Curitiba há 10 unidades de saúde exclusivas para a vacinação (uma em cada distrito sanitário) especialmente para minimizar os riscos de infecção pelo novo coronavírus. Após esse prazo, a intenção é liberar o saldo de vacinas para a população em geral.

"Quando passar a primeira onda da Covid-19 outros vírus respiratórios vão voltar a subir. Pode ser em setembro, outubro, está previso para circular mais tardiamente, pois a predominância no momento é Covid. É importante estar imunizado por algumas semanas antes dos vírus aparecerem com mais força, pois os anticorpos já estarão presentes (no organismo)", explicou Burger.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade