O prédio onde é produzido o jornal JB Litoral, em Paranaguá, no Litoral do Paraná, foi alvo de um atentado no começo da madrugada desta segunda-feira (26). A ação aconteceu poucos minutos depois da meia-noite, no bairro Costeira. Quatro disparos foram efetuados, dos quais três acertaram a fachada do jornal e destruíram as portas de vidro.
“Geralmente terminamos o fechamento da edição de segunda-feira mais tarde, mas dessa vez foi o contrário. Terminei cedo e já não estava mais no jornal”, contou Gilberto Fernandes, dono do JB Litoral. Ele estava em casa, que fica anexa ao prédio do jornal, assistindo TV com os netos quando ouviram os disparos. “Nós sabemos quem mandou, de onde vem esse recado, mas nosso trabalho vai continuar”, disse Fernandes.
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“A gente se assustou e até pensou que poderia ser fogos de artifício, mas o barulho era muito próximo e logo percebi que havia algo errado”. Quando foi verificar pelas câmeras de segurança, veio a confirmação. “Os tiros foram mesmo em direção ao jornal e, provavelmente, buscavam atingir alguém”, afirmou. Por meio das imagens das câmeras de segurança, o dono do jornal viu que um único rapaz efetuou os disparos. “Ele usava capuz e boné. Passou em frente ao jornal, foi até a nossa casa e quando voltou atirou na fachada do jornal. Como correu para a esquina, deduzimos que estava acompanhado de alguém que lhe deu cobertura de carro”.
Policiais militares estiveram no local e registraram o boletim de ocorrência inicial. “Eles confirmaram que foram, realmente, quatro disparos. Encontraram projéteis, o que mostra também que a arma usada foi um revólver. Algumas buscas foram feitas, mas ninguém foi preso”, contou.
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Atentado
Apesar de ter quase certeza ou de pelo menos imaginar de onde veio a ordem para que os disparos fossem efetuados, Fernandes disse que teme que o pior aconteça. “Sabemos que não vai ficar só nisso e agora só temo pela minha família. O recado foi claro, passaram, poderiam atirar contra nossa casa, mas atiraram no jornal. Foi bem explícito”.
Apesar do crime, ele disse que a linha editorial do jornal não deve mudar. “A gente tem medo, mas não podemos parar. Podemos até reconsiderar algumas medidas editoriais, mas nada muito diferente do que temos feito, até porque nosso suporte financeiro não é publico, é privado, então não dependemos do governo municipal. Vamos seguir”.
Investigações
Além da PM, o dono do jornal também registrou queixa na Polícia Civil, na intenção de que as investigações mais aprofundadas cheguem aos mandantes do crime. “Não temos dúvida de quem tenha mandado, isso vamos informar à polícia. Agora, quem executou, não sabemos, provavelmente ganhou para fazer”, denunciou o dono do JB Litoral.
Nesta segunda-feira, uma equipe da Polícia Científica iria ao local a perícia no local para encontrar algum vestígio deixado pelo atirador. As investigações sobre o atentado seguem pela Delegacia de Paranaguá e o dono do jornal também já acionou uma equipe de advogados para ajudá-lo.
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