“É o melhor público que eu já tive em toda minha vida”. Quem se depara com uma afirmação assim jamais suspeitaria que a plateia em questão é formada por curitibanos, já que têm fama de ser antipáticos. Mas, depois de se apresentar dezenas de vezes em Curitiba, essa foi a constatação do palhaço Rodolfo Burbano, que atesta que o morador da capital gosta mesmo do circo.
GALERIA: Veja fotos do circo Vostok em Curitiba
Em turnê na cidade com o circo Vostok há cerca de cinco meses, Rodolfo, que tem 54 anos, veio do Equador com toda a família de circenses. Ele conta que aqui, além das crianças, os adultos também se encantam com as palhaçadas: “Aqui as crianças se surpreendem e os adultos me olham como se eu fosse o Brad Pitt”, brinca. A família, que hoje é de seis pessoas, acabou parando na cidade por iniciativa do filho mais velho, Ernesto, de 23 anos. Ele veio para se juntar à namorada brasileira, que agora está grávida, e se apaixonou por fazer circo na capital: “Além do Equador, já estive no Peru, na Colômbia e no Chile, mas gostei mais da plateia daqui”, conta Ernesto, também palhaço.
Muito mais do que nos aplausos e nas expressões, a receptividade é sentida também ao fim de cada apresentação. “Aqui tem uma cultura de querer tirar foto conosco depois do espetáculo, os filhos querem, os pais também”, conta Ernesto. As reações mais marcantes, porém, acabam ficando por parte dos pequenos: “Teve uma vez que um menino apontou pra mim e pediu pra tirar foto com o palhaço maluco; em outra vez uma menina pediu uma foto com o homem de pé grande”.
Para Fernando Fischer, gerente do Vostok e responsável pela interpretação do pirata Jack Sparrow no show, o mais marcante da turnê do grupo em Curitiba é a presença dos adultos, que, muitas vezes, acabam voltando para acompanhar o espetáculo uma vez mais. Segundo Fischer, recentemente um casal chegou a ir pela terceira vez, mesmo sem uma criança para acompanhá-los.
É justamente pelo apreço do público que o Vostok está na cidade há tantos meses - cinco em um mesmo lugar já é um bom tempo para o padrão do grupo itinerante. Quem explica é Eros Vostok, filho do dono do circo, que aos 17 anos já é uma das principais atrações do picadeiro: “Aqui em Curitiba já temos um nome mais conhecido, então as pessoas vêm e por isso acabamos conseguindo ficar mais”. Entre a infinidade de números que Eros costuma executar, o destaque está naqueles em que assume o personagem Superboy, performando acrobacias na cama elástica e manobras no globo da morte.
O circo não morreu
As cadeiras da plateia do Vostok, é claro, não estão sempre todas ocupadas. Mesmo assim, Fischer garante que há dias de lotação, geralmente nos fins de semana, feriados, ou na chamada matinê escolar, quando turmas de estudantes se agrupam para ver façanhas no picadeiro.
Apesar da cultura de ir ao circo não estar tão em alta como há algumas décadas, os espetáculos constituem uma maneira diferente de lazer. “Quando o Vostok foi fundado, há mais de 80 anos, não existiam todos os aparatos tecnológicos que as pessoas usam hoje como lazer. Mas é importante lembrar que a diversão aqui é muito diferente de todas as outras”, conta Eros Vostok.
Segundo o palhaço Rodolfo, assistir ao circo é uma das únicas atividades de lazer que não tem idade nenhuma para ser aproveitada: “Os adultos e idosos vão rir das piadas e as crianças mais novinhas vão se encantar com as expressões”.
De terça a sexta-feira, às 20h30, ou sábados, domingos e feriados, às 16h, 18h, e 20h30.
Contato: (41) 99986-2394
Endereço: R. Imaulada Conceição, 333 - Prado Velho
O circo não tem data limite prevista para ficar em Curitiba.
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