A umidade relativa do ar atingiu picos abaixo do estado de atenção nesta semana em Curitiba. Segundo a Simepar, o índice chegou a 27% na terça-feira (25) e variou entre 28% e 30% na segunda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece valores entre 21% e 30% como estado de atenção.
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Concomitantemente, Curitiba registra o julho menos chuvoso desde 2008, com apenas 7,8 mm, resultado do último dia 17, quando a frente fria que antecedeu a queda das temperaturas trouxe um pouco de instabilidade para a capital. A previsão da próxima chuva é apenas para o dia 3 de agosto, mas, de acordo com o Simepar, ainda não é possível dimensionar o tamanho e impacto dela.
“Por enquanto é uma loteria, mas a metade Sul do Paraná com certeza vai ser atingida por uma frente fria na próxima semana, o que vai trazer chuva. Essa massa de ar mais frio vai aumentar a umidade relativa do ar, que anda em baixa”, resume o meteorologista Lizandro Jacobsen, do Simepar.
A capital registrou índice de 34% de umidade relativa do ar nesta quinta-feira (27), 29% na quarta, variação de 27% a 29% na terça e de 28% a 30% na segunda. No domingo, os índices já estavam levemente acima, em 40%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que índices inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana porque provocam complicações alérgicas, sangramentos no nariz, ressecamento da pele e irritação nos olhos.
Alerta no interior
Em Curitiba, de acordo com o Simepar, os valores da umidade relativa do ar variam conforme a estação, mas costumam ser altos em decorrência da proximidade com o Oceano Atlântico.
Em cidades do Norte Pioneiro e do Oeste, a umidade relativa do ar já atingiu o estado de alerta, classificado pela OMS em valores entre 12% e 20%. “A temperatura está muito alta nesses municípios e é isso que está provocando esse clima muito seco. A umidade relativa do ar é um cálculo. Quando mais quente, menor o índice”, explica o meteorologista.
Diante desse cenário prolongado de temperaturas elevadas e clima seco, a OMS indica que as pessoas devem evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h, consumir bastante água e umidificar os ambientes por meio de vaporizadores, toalhas molhadas ou recipientes com água, em estado de atenção. Em estado de alerta, a OMS orienta, além das precauções padrões, evitar aglomerações em ambientes fechados e usar soro fisiológico nos olhos e narinas.
Chuvas fracas
O julho de 2017 é o mais seco em Curitiba dos últimos anos. Apenas em 2008 é possível encontrar valores similares, ainda que 2017 apresente índices bem inferiores: choveu apenas 7,8 mm neste ano, em detrimento aos 26 mm daquele mês.
Os 7,8 mm registrados em 2017 em Curitiba representam menos de 8% da média de 100 mm para o mês. Nos últimos anos, segundo o Simepar, esses valores variaram entre 110 mm (2016), 188 mm (2015) e 42 mm (2014).
Apesar disso, o Simepar destaca que a quantidade de dias marcados pela chuva permanece igual, com diferença apenas na quantidade.
“Esse índice não enfrenta nenhuma influência dos fenômenos naturais de grande escala, como El Niño e La Niña. Ele costuma pender para qualquer lado. Neste ano, estamos vivendo um julho extremamente seco”, aponta Jacobsen. Algumas cidades do Norte do Estado, como Maringá e Londrina, apresentam índices ainda mais alarmantes, sem registro de chuvas há pelo menos 40 dias.
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