Moradores do entorno do cruzamento das ruas Nilo Peçanha com Orestes Beltrami, no bairro São Lourenço, em Curitiba, apelaram para um cartaz para tentar conscientizar a prefeitura de Curitiba da necessidade da instalação de um semáforo que reduza a velocidade dos veículos. Desde que o binário entre a Nilo Peçanha e a Matheus Leme foi instalado há seis meses, há reclamações constantes deste gênero, principalmente na Nilo Peçanha. E este é justamente um dos trechos mais perigosos, por ser muito frequentado por idosos e ficar próximo de uma escola.
Ninguém sabe quem é o autor do cartaz, mas é muito fácil encontrar quem concorde com ela. “Antes do binário, já era complicado de atravessar aqui, mas piorou muito porque agora a rua parece uma via rápida e o limite de velocidade não é respeitado”, reclama André Santos, proprietário de um restaurante próximo ao cruzamento.
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Segundo ele, além dos pedestres, mesmo quem está de carro sofre para chegar do outro lado da rua. “Desde o fim do ano passado, eu já vi três acidentes por aqui, dois entre carros e um entre um carro e uma moto. Não quero nem ver quando for com algum pedestre”, conta o comerciante.
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Para Santos, o problema vai além da falta de respeito dos motoristas e da falta de sinalização. “É uma falta de planejamento urbanístico também, porque a calçada de uma das esquinas entre as duas ruas fica cerca de três metros mais para trás do que deveria”, conta. Isso significa que, para conseguir cruzar a Nilo Peçanha, muitos motoristas têm de ultrapassar a faixa de “Pare” e, no mínimo, quase têm a frente podada por carros que fazem conversão à esquerda.
Perigo aos estudantes
A principal preocupação dos moradores do bairro se concentra nos alunos do Colégio Estadual Ernani Vidal, que fica a cerca de duas quadras do cruzamento. A entrada e saída dos estudantes coincidem com o horário de pico do trânsito, quando os alunos chegam a se aglomerar na esquina para formar um cordão e conseguir cruzar a rua. “Eles vão fazendo sinal para os carros e só assim os motoristas deixam passar. Mas é claro que esse não é o método seguro”, opina Márcia Lima, dona de uma banquinha de doces em frente ao colégio.
Para ajudar os pedestres na travessia, Márcia diz que quando dirigindo chega a ligar o pisca-alerta e diminuir a velocidade ao chegar no cruzamento com a rua Orestes Beltrami. “Essa é a alternativa para quando a gente vê alguém esperando na esquina. Assim, os outros carros também param”, sugere.
A placa instalada pelos moradores também incentiva ligações para a Central de Atendimento 156 da prefeitura, com o objetivo de cobrar a instalação do semáforo. Foi assim que a aposentada Rosali Konig se lembrou de fazer o telefonema. Ela abriu dois chamados, em fevereiro e abril. E, como ainda não teve resposta da prefeitura, está começando a achar que as ligações não terãoresultados. Márcia também se juntou ao grupo que pediu o aparelho.
Apesar de estar há quase seis meses sem solução, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), afirma que há uma licitação em processo final para aquisição do equipamento. A colocação do semáforo, porém, não deve acontecer até o segundo semestre deste ano.
Alta velocidade
Para tentar conter a velocidade, a prefeitura reduziu o limite de velocidade na Nilo Peçanha de 60 km/h para 50 km/h em janeiro.Há um radar próximo do cruzamento das reclamações indicando o limite de 50 km/h. Muitos desconfiam, porém, que o aparelho está desativado, já que seus medidores continuam posicionados no mesmo local de quando a Nilo Peçanha tinha duas mãos, antes da inauguração do binário. A Setran não confirma se o radar está funcionando.
Mesmo assim, a Setran acrescenta que fiscalizações com radares móveis estão sendo feitas regularmente no binário, tanto na Nilo Peçanha, quanto na Matheus Leme. A ação já resultou em 471 autos de infração por excesso de velocidade nos últimos dois meses.
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