A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) recomendou quinta-feira (17) a exoneração do médico-legista Daniel Colman, acusado de falsificar a perícia da morte da fisiculturista Renata Muggiati, cujo suspeito de autoria é o então namorado dela, o médico Raphael Suss Marques, em 2015. O pedido de demissão do Instituto Médico-Legal (IML) foi encaminhado para sanção da governadora Cida Borghetti e tem parecer favorável do departamento jurídico da Sesp.
A investigação da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) revelou que o primeiro laudo sobre a morte de Renat, que apontava um possível suicídio, era falso. Segundo investigação da DHPP, Colman teria assinado uma perícia falsa no corpo da fisiculturista. Diante da confirmação da Polícia Civil, a direção da Polícia Científica afastou o servidor de suas funções no IML.
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A Justiça adiou o interrogatório dos peritos que trabalharam na apuração da morte de Renata. Eles seriam ouvidos na última quarta-feira (16) pelo juizado da Violência Doméstica em Curitiba, no que seria a penúltima audiência da fase de instrução do processo. No entanto, apenas quatro testemunhas de defesa do médico Raphael Suss Marques foram ouvidas.
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O adiamento do depoimentos dos peritos se deu através de um pedido da defesa do médico. A justificativa foi construída com o argumento de que alguns trabalhos periciais ainda não foram concluídos.
Agora, mais uma audiência deve ser marcada antes do fim do trabalho jurídico. Como os peritos ainda vão ser ouvidos em outro momento, o processo continua pelo juizado da Violência Doméstica.
Procurado, o advogado de Colman, Omar Geha, afirma que ainda não conhece os termos do relatório da Sesp e aguarda receber intimação para se pronunciar.
Relembre
Renata Muggiati morreu em setembro de 2015. O médico Raphael Suss Marques, que era namorado dela, é o principal acusado do crime. No dia da morte, ele teria dito que a fisiculturista se jogou da janela do 31º andar de um prédio. Entretanto, as investigações da DHPP apontaram que o corpo de Renata teria sido jogado do prédio já sem vida. Laudos do IML comprovaram que Renata teria sido asfixiada antes da queda. Além disso, a DHPP descobriu contradições nos depoimentos de Marques, que chegou a ser solto por causa de um segundo laudo do IML que teria dito o contrário do primeiro, mas a exumação do corpo esclareceu as dúvidas e ele foi preso novamente. Atualmente, o médico está solto, mas usando tornozeleira eletrônica.