Multa de trânsito em Curitiba.| Foto: Aniele Nascimento/Arquivo/Gazeta do Povo
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Os números do relatório anual do Programa Vida no Trânsito (PVT), divulgados pela Prefeitura Municipal de Curitiba na semana passada, mostram que houve uma queda expressiva no número de mortes no trânsito entre os anos de 2011 e 2021. No período, o número de registros fatais caiu de 310 para 168 ocorrências. Essa queda, porém, poderia ter sido ainda maior se não fossem os frequentes casos de condutores em excesso de velocidade e de desrespeito à sinalização de trânsito, dois dos principais fatores presentes nos registros de morte no trânsito na capital.

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De acordo com o Corpo de Bombeiros, esta combinação esteve presente em um acidente grave que resultou na morte de duas pessoas no sábado (8), em um binário no bairro Hauer. O cruzamento das ruas Coronel Antônio Ricardo dos Santos e Isaías Régis de Miranda passou por mudanças recentes na sinalização. Neste ponto, houve a colisão entre dois carros – um deles, segundo os Bombeiros, teria furado a preferencial e foi atingido por outro, que vinha em velocidade superior à permitida no local. Duas pessoas morreram em consequência da batida.

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Concurso deve aumentar efetivo para fiscalizações

Em entrevista à Gazeta do Povo, a superintendente de Trânsito de Curitiba, Rosângela Battistella, reforçou a necessidade de mais ações presenciais de fiscalização como forma de minimizar os casos evitáveis de mortes no trânsito, os “sinistros de trânsito”, como são chamadas essas situações. Apesar de contar com o apoio de um grupamento de Trânsito da Guarda Municipal em blitzes e outras ações, o efetivo de agentes de fiscalização a serviço da Superintendência de Trânsito de Curitiba (Setran) ainda é insuficiente, reconheceu Battistella.

“A Secretaria de Defesa Social está prestes a organizar um concurso para contratar mais agentes de trânsito. Isso deve ajudar as nossas equipes a realizar mais ações presenciais de fiscalização”, revelou a superintendente. “Hoje o nosso contingente realmente não é suficiente para atender a todas as demandas. Se a gente tiver esse acréscimo, vamos aumentar a fiscalização”.

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Parceria com Centros de Formação de Condutores

Outra frente que deve ser ampliada em Curitiba para 2023, explicou Rosângela, são as ações educativas. Um dos objetivos é a formalização de parcerias com Centros de Formação de Condutores (CFC) para que agentes educadores próprios da Setran possam colaborar na formação dos novos motoristas e motociclistas.

“Sabemos que os CFC não são regidos pelo município, mas a gente pode ter parcerias com esses centros em Curitiba, e por que não também em outras regiões do estado. Parcerias para que a gente possa ter o nosso pessoal de educação de trânsito trabalhando com esses centros, na formação desses motoristas”, explicou Rosângela.

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A preocupação da superintende se baseia nos dados do relatório do Programa Vida no Trânsito. Em Curitiba, os sinistros onde há mortes provocadas pelo excesso de velocidade são provocados, em sua ampla maioria – 73,3% dos casos – por motoristas e motociclistas com idades entre 20 e 39 anos.

“Inexplicavelmente, é uma faixa que teoricamente deveria sair dos Centros de Formação de Condutores com os conhecimentos recém-adquiridos, mas que ainda assim cometem esse tipo de infração. Os cursos de formação de condutores infelizmente parecem não estar atendendo totalmente o que deveria. São situações em que nós percebemos essa insuficiência em termos de educação de trânsito para esse tipo de condutor que está sendo formado”, avaliou a superintendente.

A reportagem procurou os representantes do Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Paraná, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para as manifestações.