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| Foto: Alex Silveira/Especial Gazeta do Povo

Acidentes constantes na esquina da Rua Padre Agostinho com a Alameda Prudente de Moraes, no bairro Mercês, em Curitiba, têm preocupado os motoristas e transformado o hábito de quem passa a pé pelo local. Os pedestres dificilmente se arriscam a aguardar o momento de atravessar a rua ficando na esquina à esquerda de quem desce pela Padre Agostinho, área em que os motoristas que sofrem acidente normalmente vão parar com os veículos. A principal reclamação é a falta de sinalização.

A reportagem da Gazeta do Povo foi até lá e constatou que o cruzamento é perigoso. Para quem vem pela Prudente de Morais, há falta de uma sinalização adequada indicando o término da via preferencial. Há duas placas de pare e uma delas fica encoberta pelos galhos de uma árvore, a pintura no asfalto está desgastada e o tachão refletivo (tartarugas) que havia na pista, indicando a preferencial, foi retirado. Para piorar, uma árvore, um poste e um pilar de sustentação de um letreiro luminoso da prefeitura deixam o cruzamento das esquinas sem visibilidade para uma das faixas da Padre Agostinho.

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Israel Escalante, 28 anos, é proprietário de uma oficina mecânica bem próxima ao cruzamento e, recentemente, diz quase ter se envolvido em um acidente com um Ligeirinho. “Se eu não conhecesse a rua, não sei como seria. Eu vinha pela Prudente e já tinha decidido cruzar a Agostinho. Ainda bem que resolvi dar mais uma olhada. Depois que colocaram esse letreiro, o bloqueio da visão chega a esconder um ônibus. Com a árvore e o poste já era ruim, mas pelo menos tinham as tartarugas. Agora, nem sei o que dizer”, reclama. Escalante também foi testemunha do capotamento que aconteceu no local na quarta-feira (7), depois que um carro cruzou a preferencial.

Árvore, poste e pilar de letreiro juntos complicam a visão dos motoristas que vão acessar ou cruzar a Rua Padre Agostinho vindo pela Prudente de Morais.Alex Silveira/Especial Gazeta do Povo

Reclamação da vizinhança

Três dias depois do capotamento, outro acidente no mesmo lugar, no sábado (10), deixou uma adolescente ferida e o motivo foi o mesmo: motorista cruzando a via preferencial. Com o impacto da batida, um dos carros foi parar na esquina que tem sido motivo de preocupação constante para os pedestres que passam por ali.

“Quase sempre tem uma batida na Padre Agostinho e o escape dos carros é bem nessa esquina, onde tem uma empresa de transportes. Uma vez, um motorista chegou a entrar dentro do pátio da empresa, quando ali ainda era uma seguradora. Ainda bem que o terreno é largo e é cercado por tela. Se fosse um muro, o acidente seria ainda mais grave”, conta Ronald Stresser Júnior, 48 anos, morador da Prudente de Morais, quase esquina com a Padre Agostinho. “Eu já orientei meu filho para não ficar ali esperando para atravessar. Pedi para ele ficar na esquina da padaria, que não pega o fluxo de quem vem pela Prudente e vai entrar na Padre Agostinho. Mesmo se cuidando, também já testemunhei um acidente em que o carro foi parar outra esquina. É preocupante, algo tem que ser feito”, reclama o morador.

O motorista que vem distraído pela Alameda Prudente de Morais pode não perceber que vai cruzar uma via rápida.Alex Silveira/Especial Gazeta do Povo

O perito de seguros Gilson Gouveia, 36, que trabalha exatamente na esquina da Prudente de Morais com a Prade Agostinho, não se cansa de ouvir barulho de pneus cantando. “Os motoristas freiam em cima da hora no cruzamento. Já é um som corriqueiro. Além disso, a distração de quem dirige ajuda a complicar. A Prudente é uma rua preferencial duas quadras antes da Padre Agostinho. Do jeito que ela está sinalizada, quem não presta atenção acha que ainda está na preferencial e não vê que vai passar por uma via rápida. A esquina se parece com uma rua de bairro, mas não é. Fora que eu não me canso de ver carros subindo a Prudente na contramão. Eles simplesmente viram à direita quando vêm da Padre Agostinho. Não sei como ninguém bateu ainda por causa disso, mas sem dúvida o alerta da sinalização tem que ser maior”, diz.

Carlos Akimi Kitaura, 59, dono de uma lavanderia, também ouve, diariamente, as freadas repentinas. Ele diz que o único jeito de resolver é a instalação de um semáforo. “Não sei como ainda não fizeram isso. O último acidente aqui machucou uma pessoa e ninguém quer que isso aconteça”, alerta.

Vistoria

A reportagem questionou a prefeitura sobre a possível recolocação do tachão refletivo, melhoria na sinalização ou a instalação de um semáforo no cruzamento da Alameda Prudente de Morais com a Rua Padre Agostinho. Em nota, a prefeitura informou que “o cruzamento em questão vai ser estudado pela equipe técnica da Superintendência de Trânsito (Setran) para definir qual intervenção será necessária naquele local”.

Alex Silveira/Especial Gazeta do Povo
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