Após o assassinato do motorista Edmilton José de Melo, no último sábado (22), o sindicato dos motoristas e cobradores, as empresas responsáveis pelo transporte coletivo de Curitiba, as entidades que gerenciam o sistema e as autoridades de segurança pública fizeram uma reunião nesta segunda-feira (24) para discutir ações de segurança no transporte coletivo. A discórdia gira em torno das câmeras de segurança nos veículos, um dos pontos pedidos pelos motoristas e cobradores durante a paralisação de uma hora das linhas de ônibus nesta tarde.
Lei municipal
Desde 2011, uma lei municipal obriga todos os veículos, estações-tubo e terminais a terem um dispositivo de vigilância. A polêmica é quem vai pagar o custo. Segundo a lei, as empresas são as responsáveis pela instalação nos veículos, enquanto a prefeitura deve arcar com a implantação nos tubos e terminais.
As empresas, porém, acreditam que a medida é de segurança pública e afirmam que a instalação dos equipamentos não consta no contrato que assinaram em 2010.
Para Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), as câmeras seriam um avanço na segurança do transporte coletivo. “Não é uma solução, mas é algo que vai evitar muitas situações como essa”, afirmou, no ato em referência ao assassinato do motorista no último final de semana.
A reportagem tentou o contato com o sindicato das empresas, mas não conseguiu por causa do horário.
Ficou definido que será feito um estudo de viabilidade para instalar os dispositivos de segurança em todos os ônibus de Curitiba. Essa análise ficará a cargo da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e do governo do estado. Caso a medida venha a ser adotada, ainda não se sabe quem é que pagará por esse investimento. A Comec afirmou que a questão será discutida futuramente nas reuniões do comitê criado para discutir a segurança do sistema.
Em nota, a Comec informou que o comitê de segurança é formado por integrantes da própria coordenação, da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Sindimoc, do Setransp, da Secretaria Municipal de Defesa Social e da Metrocard. O recém criado comitê terá reuniões semanais.
Além da criação do comitê e do estudo para instalação de câmeras, foi decidido também que serão realizadas campanhas de conscientização de quem usa o sistema. A ideia é ensinar o que motoristas, cobradores e passageiros devem fazer em situações de violência, além de incentivar o registro do Boletim de Ocorrência (BO).
Participaram da reunião representantes da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), da Polícia Militar, Polícia Civil, Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Secretaria Municipal de Defesa Social e da Metrocard, que realiza a bilhetagem eletrônica na cidade.
Em nota, a PM afirmou que faz a segurança nas proximidades das estações-tubo e das linhas de ônibus em Curitiba e região, além de usar o trabalho de inteligência, com homens fardados e à paisana, para tentar coibir os crimes cometidos no transporte coletivo. Além disso, a PM ressaltou que dá suporte à Guarda Municipal no serviço de patrulhamento por terminais e tubos da cidade.