Na véspera do julgamento do ex-presidente Lula, manifestantes favoráveis e contrários ao petista fizeram atos em Curitiba na tarde desta terça-feira (23). Na Justiça Federal, no Ahú, o protesto pedia a condenação do político. Já no Centro, na Praça Santos Andrade, membros de movimentos sociais, professores da rede estadual e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores faziam um ato de apoio a Lula.
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Logo na concentração para os atos, por volta das 18h20, uma chuva forte atingiu os dois atos e parte dos manifestantes se retirou. A movimentação foi parecida no início nos dois endereços – cerca de cem pessoas em cada um antes do temporal. Com a diminuição da chuva, parte das pessoas retornou aos atos.
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O fluxo de pessoas no Ahú, porém, aumentou perto das 19h e chegava perto de 300 pessoas. O trânsito estava bastante lento na região da Justiça Federal. Com isso, a Polícia Militar bloqueou o trânsito na Avenida Anita Garibaldi com a Dr. Manoel Pedro até as 19h50. No Centro, o público também chegou a cerca de 300 apoiadores. Não houve interdições na região da praça.
Parte dos favoráveis ao ex-presidente seguiu batucando mesmo na chuva no Centro da cidade e cantando músicas relacionadas às pautas do Movimento Sem Terra e democracia. Apoiadores do ex-presidente criticaram o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato. Eles levaram faixas com as fotos do juiz Moro e do senador Aécio Neves (PSDB) com a pergunta “A lei é para todos?”. Um carro de som tocava canções de MPB. Havia bandeiras do PCdoB, CUT, Frente Brasil Popular, PT na Santos Andrade. Os discursos do ato, que foi chamado pelos organizadores de Vigília pela Democracia, começaram por volta das 20h30, logo após uma encenação que mostrava uma luta entre o Judiciário e a democracia. No ato pró-Lula, não houve nenhum bloqueio de trânsito.
No Ahú, os cânticos eram “Ai ai ai ai ai, tá chegando a hora. O dia já vem raiando meu bem e o Lula vai pra cadeia” ou “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Os manifestantes pediam que os motoristas demonstrassem seu apoio à Lava Jato e buzinassem. Bonecos com o “Super Moro”, em alusão ao juiz, e o do pixuleco, que traz Lula com uniforme de presidiário, eram vendidos no local por R$ 15 cada um. Também não faltaram as tradicionais camisetas da “República de Curitiba”, que custavam R$ 40. Também havia carro de som no local e o locutor puxava as orações e o Hino Nacional.
Quem também apareceu em frente à Justiça Federal foi o Batman. Vestindo a armadura do super-herói, o homem segurava uma bandeira do Brasil e agitava ainda mais os manifestantes. Com bom humor, ele respondeu se a chuva atrapalhou. “Peguei um pouco, mas eu tenho a capa. Então tá tudo bem”, brincou ele, que também falou da inspiração que teve. “Todo mundo conhece o Batman como um representante da justiça. A ideia é pensar que todo mundo pode ser um herói”, completou.
Não houve registro de confusão nos dois atos A Polícia Militar monitorava a situação no Centro e no Ahú.