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Tartaruga de couro encontrada em Guaratuba tinha 1,50 m de carcaça. | Colaboração/
Tartaruga de couro encontrada em Guaratuba tinha 1,50 m de carcaça.| Foto: Colaboração/

A morte de sete tartarugas de couro nas últimas duas semanas no Litoral do Paraná preocupa os biólogos. Também conhecido por tartaruga gigante, por ser a maior espécie em todo mundo, o animal está extremamente ameaçada de extinção. A cada mil filhotes que nascem, apenas um, em média, chega à vida adulta, quando pode chegar a medir 2 metros de comprimento e a pesar 500 kg.

Vídeo mostra remoção das tartarugas mortas da orla

“Cada tartaruga dessa que chega à vida adulta é uma vitória, porque ela leva 20 anos para crescer, em média. São verdadeiras sobreviventes. Por isso a preocupação é grande”, enfatiza a bióloga Camila Domit, do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR), que vai comandar a necropsia de cada um dos sete répteis recolhidos para tentar descobrir a causa das mortes. Em um dos animais, a equipe do CEM-UFPR já encontrou plástico no início do sistema digestivo, o que indica que o animal se alimentou de lixo no mar.

A mais recente tartaruga de couro morta nas praias do Paraná foi encontrada quarta-feira (21) na Praia de Coroados, em Guaratuba. O animal também é o maior das sete encontradas, com a carcaça medindo 1,50 m, o que leva a equipe do CEM-UFPR a deduzir que ela tinha entre 20 e 25 anos. De tão grande, terá que ser removida da orla com a ajuda de uma retroescavadeira.

Os outros seis animais foram achados ao longo da orla entre Matinhos e Pontal do Paraná. Duas estavam em estado avançado de decomposição, o que dificulta o exame da causa da morte.

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Camila explica que com a proximidade do verão, as tartarugas em geral se aproximam das praias pelo avanço das águas vivas, que servem de alimento para elas. Entretanto, como nos últimos dias houve uma incidência maior de ventos no sentido oceano-continente, o volume de águas vivas pode ter sido maior, o que trouxe mais tartarugas para perto da orla. Consequentemente, mais animais têm sido encontrados mortos, de todas as espécies de tartarugas, não só a de couro. “Alguns destes animais podem ter morrido no mar e a carapaça vindo com esse vento”, aponta a bióloga.

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Ação humana

Mesmo assim, Camila não descarta que as tartarugas tenham sido vítimas da ação humana. Além da probabilidade de ter plástico no sistema digestivo, elas podem ter morrido presas em redes de pesca. Das sete tartarugas de couro encontradas mortas, duas tinham raspões na cabeça que indicam que podem ter ficado presas a redes. O CEM-UFPR entrou em contato com centros de preservação de tartarugas em Santa Catarina para que também fiquem atentos às condições da tartarugas de couro que frequentam o litoral de lá.

Camila lembra que uma tartaruga de couro que costumava depositar ovos em Pontal do Paraná foi encontrada morta em 2015 após ficar presa em uma rede de pesca. O animal depositou ovos em Pontal por três anos seguidos.

Vídeo mostra remoção das tartarugas mortas da orla

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