O Táxi Solidário, que fixou o preço das corridas em R$ 5 por pessoa, vai continuar por tempo indeterminado em Curitiba. A decisão foi tomada após uma reunião realizada pela categoria na noite desta segunda-feira (21) no estacionamento do Parque Barigui. Eles protestam contra o decreto que regulamenta a utilização de aplicativos como Uber e Cabify na cidade, assinado pelo prefeito Rafael Greca (PMN) no último mês de julho.
Cerca de 120 taxistas se reuniram para debater sobre o tema no local. Eles reclamam que a prefeitura virou as costas para a questão e às demandas dos motoristas. Segundo Arildo Gomes, um dos organizadores do movimento, nem a fiscalização nem as eventuais multas sofridas pelos motoristas vão fazer com que a iniciativa seja desfeita. “Não vamos nos intimidar, vamos trabalhar. Precisam nos chamar para falar sobre a mobilidade urbana, porque a prefeitura deu muito apoio aos aplicativos que vieram e esqueceu a classe dos taxistas”, reclamou.
Na reunião desta segunda, a ideia da organização era mobilizar a categoria para decidir o que seria feito daqui para frente. “O ato hoje foi mais para organizar o que vamos fazer na rua. Estamos até arrecadando dinheiro para fazer um material de panfletagem, para divulgar ainda mais. Vai estourar”, contou Gomes.
A expectativa é de que a publicidade gerada em torno da questão alavanque a iniciativa. Segundo ele, no final da tarde, os taxistas já estavam sendo procurados para corridas, algo que ele classifica raro de acontecer após a entrada de aplicativos de transporte individual no mercado. “A partir de amanhã, como a sociedade vai estar sabendo, os motoristas vão passar nos lugares para pegar os passageiros. Já caiu no gosto do povo, queremos fazer o táxi, de fato, solidário”, destacou.
O taxista cobra da administração municipal uma forma de conciliação, já que acredita que, se nada for feito, os táxis correm o risco de deixar de existir. Gomes classificou a ação como dumping, que é uma prática conhecida no mercado em que uma empresa pratica preços abaixo do valor para eliminar a concorrência e, assim, passar a dominá-lo. “Quando deu o decreto, ele [Rafael Greca] não consultou a gente, não fez nem uma audiência pública. Ele precisa conciliar isso. Vai dar emprego, vai, mas vai tirar empregos dos táxis também”.
A prefeitura afirma que a Urbs, que regula e fiscaliza a frota de táxi, está monitorando o protesto e pode aplicar sanções aos motoristas. A administração municipal diz que a regulamentação do serviço de táxi não permite que corridas tenham preço pré-determinado.
Nesta segunda-feira, foi feita uma ação de fiscalização, mas nenhum veículo havia sido multado por transporte irregular até a tarde . A multa é de R$ 108, podendo também ser aplicada a suspensão da atividade e o cancelamento da autorização em caso de reincidência.
Táxi Solidário
A ação, chamada de Taxi Solidário, foi pensada principalmente para chamar a atenção da administração municipal, segundo o presidente da União dos Taxistas de Curitiba, Eduardo Fernandes. “Queremos mostrar para a prefeitura o caos que vai ser a cidade se tirarem as pessoas do transporte coletivo. É importante trazer à tona essa situação para que a prefeitura reveja, faça alterações no decreto, para que a coexistência dos três modelos seja possível”, afirmou. Os três modelos citados por Fernandes são o transporte coletivo e os aplicativos de transporte individual, além dos taxis. São 500 carros, de diversas centrais, que participam da ação.
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