Um taxista se acorrentou na Ponte Estaiada na manhã desta quarta-feira (26) para protestar contra a regulamentação de aplicativos de transporte individual, como Uber e Cabify, assinada semana passada pelo prefeito Rafael Greca (PMN). Nereu da Silva, 44 anos, chegou às 6h na ponte, onde pretende ficar acorrentado até meio-dia desta quinta. Outros taxistas estão passando na ponte em cima da Avenida das Torres, que liga o Jardim das Américas e o Uberaba.
“Sou taxista por profissão. Vivo disso. Agora, aplicativo é bico de quem já tem outra profissão. E quem faz bico não está preocupado com passageiro, porque não depende disso para viver”, protesta Nereu, que em 19 anos de táxi, nunca encarou uma crise tão grande como agora. “Meu rendimento caiu 70%. Estou ganhando menos e trabalhando mais. Antes eu trabalhava em média 10 horas e ganhava mais. Hoje trabalho 16 horas e faço menos dinheiro”, completa.
Para Nereu, ao invés de regulamentar os aplicativos, a prefeitura deveria conceder mais licenças para táxis. “A prefeitura tem 12 meses para regulamentar os aplicativos, que são empresas privadas e já estão há mais de um ano trabalhando. Agora, para liberar 750 licenças de táxi foram 30 anos e com muita luta. Não é justo”, compara. Ao invés da regulamentação do Uber e Cabify, Nereu acredita que a prefeitura deveria fazer uma licitação para conceder mais 3 mil licenças de táxi.
“Minha intenção não é paralisar o trânsito para protestar, nada disso. Quero só chamar a atenção para essa situação.Muitos taxistas estão em dificuldade”, reforça Nereu.
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