Taxistas de Curitiba, região metropolitana e Litoral fazem uma nova caravana com destino a Brasília, onde o Senado volta a discutir nesta semana o projeto de lei que regulamenta o transporte de passageiros por aplicativos, como Uber e Cabify. Na madrugada desta segunda-feira (23) , 180 taxistas em 60 carros deixaram a capital paranaense — onde o serviço dos apps já é regulamentado — rumo ao Distrito Federal. Eles devem permanecer lá pelo menos até quarta-feira (25) para engrossar o coro que pede a regulamentação que, segundo a União dos Taxistas de Curitiba (UTC), pode deixar a concorrência mais justa.
Na semana passada, 85 táxis de Curitiba fizeram a mesma viagem para acompanhar a análise da proposta, que foi adiada por causa da votação que definiu o retorno do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao cargo.
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“Muita gente acha que perdemos a viagem na semana passada, já que não deu certo a votação. Mas ao contrário. Nós conseguimos pressionar essa reunião de amanhã, manter essa pauta em dia”, avalia o presidente da UTC, Eduardo Fernandes.
O encontro mencionado por Fernandes é a reunião da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, marcada para as 14h desta terça-feira (24). O objetivo dos senadores é buscar um mínimo de consenso para que a matéria seja aprovada pelo colegiado e continue tramitando nas comissões temáticas. Caso contrário, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já avisou que lerá em plenário o requerimento de urgência, apresentado por diversos senadores, para que o projeto seja votado de forma mais rápida.
“Existe um fundamento para todo esse nosso empenho, para tudo o que a gente está pedindo. A gente não pode aceitar perder emprego para uma empresa que quer impor as regras dela”, disse Fernandes. Segundo ele, os taxistas que deixaram Curitiba nesta manhã chegam em Brasília no início da próxima madrugada. Durante a terça-feira, taxistas da capital e de todas as outras regiões do país que também estão se dirigindo a Brasília devem fazer um protesto .
Manifestações
Apesar disso, a regulamentação do transporte particular por aplicativos nem sempre foi vista como uma forma de equilibrar o mercado. Em Curitiba, por exemplo, a decisão da prefeitura de definir regras para apps como Uber e Cabify gerou uma onda de protestos.
No dia 26 de julho, um motorista de 44 anos se acorrentou à Ponte Estaiada e outros taxistas passaram no local para apoiar o colega.
Já na segunda quinzena de agosto, quase 500 taxistas da capital paranaense passaram a oferecer corridas ao preço fixo de R$ 20, valor que poderia ser dividido em até quatro pessoas, ao custo de R$ 5 cada. Chamado de Táxi Solidário, o ato mostrou a insatisfação da categoria em relação à regulamentação dos aplicativos e ainda teve o objetivo de impactar o transporte coletivo, que cobra atualmente R$ 4,25 por passagem.
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