Um comunicado destinado a taxistas no Aeroporto Afonso Pena causou polêmica nos últimos dias. No informativo, divulgado pelo Sindicato dos Taxistas e pela prefeitura de São José dos Pinhais, é dito que os motoristas devem parar de alimentar cachorros na área próxima ao terminal. Se não atenderem à recomendação, eles podem ser multados.
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A notificação vem da Infraero que explica se trata da segurança das operações aeroportuárias. “A Infraero realiza sistematicamente ações de monitoramento e controle da fauna presentes no sítio aeroportuário. Ao mesmo tempo, são desenvolvidas campanhas de conscientização junto à comunidade no entorno do aeroporto sobre a questão do risco da fauna.”, explica a empresa.
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A região do aeroporto em São José dos Pinhais em que os animais costumam aparecer é o pátio que os taxistas utilizam para estacionar seus carros enquanto estão na espera de corridas. Os cachorros não ficam lá durante o dia inteiro, normalmente aparecem no fim da tarde. "Tinha um moço que vendia lanches aqui por volta das 18h. Os cachorros ficavam ali e as pessoas jogavam comida para eles. Agora que a Infraero proibiu a venda, eles chegam nesse horário e vão atrás de qualquer carro parecido", comenta um taxista.
Os motoristas comentaram que a Infraero recolhia os cachorros até cerca de três anos atrás. Como a empresa parou, os próprios taxistas já tomaram atitudes quanto a isso. "Há cerca de um ano e meio, nós chamamos uma ONG e ela levou os cachorros", recorda um taxista. Só que o problema é que novos cães apareceram em sequência. Após a notificação, moradores da região têm alimentado os animais. "Depois que a notícia da proibição saiu, algumas pessoas que moram aqui na região vem trazer ração para os cães", ressalta um motorista.
Protetores de animais e moradores da região acabam assumindo uma responsabilidade que cabe também ao município de São José dos Pinhais, já que a prefeitura não possui um trabalho de zoonose. Não há um serviço de recolhimento ou de castração dos animais na cidade, o que é uma das principais reivindicações de quem acompanha o caso. Vale ressaltar ainda que muitos cães foram parar no local por terem sido abandonados por seus donos, terem fugido dos imóveis em que viviam ou ainda são filhotes de outros animais que não foram castrados.
Segurança no aeroporto e ações da prefeitura
A proibição da presença dos bichos é algo previsto na legislação brasileira. Em um ponto colocado como Área de Segurança Aeroportuária (ASA), está previsto que, em um raio de 20km da pista, não é permitida atividades de fauna. Em 2016, num caso mais recente, um cachorro invadiu a pista do Aeroporto de Congonhas e fechou o terminal por 20 minutos. De acordo com pessoas que trabalham no Aeroporto Afonso Pena, a pista já chegou a ficar fechada por cerca de cinco minutos nos últimos cinco anos por invasões de cachorros.
A prefeitura de São José dos Pinhas informou que interfere na situação por ser uma área federal e atuar em esquema de concessão, que possui algumas normas. Sobre o caso da alimentação dos animais, o município disse que foi notificado pela Infraero, por meio da Secretária de Trânsito e Transporte, no mês passado, e repassou as informações aos taxistas.
A administração municipal, porém, não informou se irá adotar alguma medida ou implantar alguma política pública para abrigar os animais e poder retirá-los da área do Afonso Pena.
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