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Proprietário do bar serviu produto de limpeza que estava guardado em garrafa de tequila. | Gerson Klaina/Tribuna do  Paraná
Proprietário do bar serviu produto de limpeza que estava guardado em garrafa de tequila.| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

O dono do bar no bairro Boa Vista, em Curitiba, que serviu produto de limpeza ao invés de tequila a três clientes vai responder por lesão corporal culposa - quando não há intenção. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito nesta sexta-feira (2) e o encaminho à Justiça. No laudo da perícia, ficou constatado que as três vítimas - uma mulher que chegou a ficar internada e mais duas pessoas - consumiram soda cáustica do material de limpeza ao invés de tequila no dia 13 de janeiro.

A delegada Sabrina Alexandrino afirma que a investigação confirmou que não houve intenção do proprietário do bar em causar mal aos clientes. Ele teria se confundindo com uma garrafa de tequila guardada junto com outras bebidas, mas que continha um material de limpeza. “Ficou claro que não houve intenção do dono do bar de prejudicar ou trazer danos aos clientes, mas sim uma imprudência”, ressalta a policial.

A polícia ouviu todos os envolvidos para saber se havia alguma desavença deles com outras pessoas que pudesse tentar a uma tentativa de homicídio. Uma das interrogadas foi a vítima que teve ferimentos graves, uma moça de 28 anos que recebeu alta há uma semana e chegou a ficar internada na UTI. Ela se recupera em casa, mas com uma dieta bastante restrita pro causa dos ferimentos causados pela soda caústica no sistema digestivo. “Todas as vítimas disseram que houve um equívoco por parte do dono do bar. Conheciam o homem e disseram que ele sempre foi muito prestativo, falaram bem dele”, destacou a delegada.

O produto de limpeza na garrafa de tequila foi guardada junto com outras bebidas alcoólicas. “Eles ficavam armazenados no mesmo espaço. Uma moça que trabalha na limpeza aproveitou uma garrafa de tequila vazia, colocou o produto lá dentro e isso foi servido para as pessoas”, explica Sabrina.

Conforme a delegada, o proprietário do bar, que já voltou a funcionar, pode ser condenado a pena que varia de dois meses a dois anos. “Ele vai sofrer uma penalidade considerada amena, tendo em vista que ele não tem antecedentes criminais, mas vai responder”, conclui a policial.

Uma questão que colaborou para que o dono do bar não fosse indiciado por tentativa de homicídio é que ele mesmo chegou a provar a dose pedida pelos clientes pare verificar o que havia de errado. “Ele também acabou sendo vítima da situação”, explica a delegada, ressaltando que tanto comerciantes quanto mesmo as pessoas em casa tenham cuidado no armazenamento de produtos de limpeza. . “Isso vale de alerta para que as pessoas evitem armazenar produtos químicos junto com alimentos”.

Bar funcionando!

Segundo a Vigilância Sanitária, o bar foi desinterditado nesta segunda-feira (29). Conforme a Secretária Municipal de Saúde, responsável pelo órgão, o proprietário fez todos os ajustes necessários e exigidos na interdição. Ele ainda acrescentou algumas benfeitorias em relação às boas práticas para estabelecimentos de alimentação.

Com base nisso, o bar pode funcionar normalmente. Com tudo, as mesmas infrações que causaram a interdição, geraram também o processo administrativo que ainda vai ser julgado em primeira instância. Neste caso, ele pode acabar sendo multado.

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