Testemunha diz ter alertado Daniel por estar no quarto do casal Brittes

Duas novas testemunhas foram ouvidas nesta terça-feira (26), em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no processo que apura a morte do jogador Daniel. Uma delas é prima de Cristiana Brittes, tem 17 anos e estava na festa. Ela teria encontrado o atleta no quarto do casal pouco antes de ele ter enviado as fotos na cama Cristiana. À Justiça, ela falou que conversou com Daniel e que chegou a alertá-lo sobre o risco de ser encontrado no cômodo.

A garota teria ido ao quarto para usar o banheiro. “Como sou da família, tinha a intimidade de ir no banheiro do casal. A Cristiana tava desmaiada na cama, dormindo”, afirmou a adolescente. Ela lembra que enquanto usava o banheiro, ouviu alguém entrar no quarto. “Achei que era o [Edison Brittes] Júnior e falei para não entrar que eu estava no banheiro, mas ele continuou vindo. Quando vi, não era ele, mas sim o Daniel. Ele parou na porta e ficou me olhando por uns 3 segundos. Eu perguntei o que ele fazia ali, já que a festa era lá fora”.

Leia também: Selfies dos réus, bate-boca e ironias: veja como foi a primeira parte das audiências do caso Daniel

A jovem disse que chegou a questionar Daniel sobre o que os donos da casa iriam pensar caso o encontrassem dentro do quarto. “Ele disse que estava ciente, que tinha namorada e que ela [Cristiana] era casada. Então eu disse tudo bem. Ele falou que ia usar o banheiro e ia sair. Eu falei ‘tá bom’ e pedi para ele fechar a porta quando saísse”. Ainda no depoimento, a adolescente afirmou que foi assediada pelo jogador quando estava na casa.

- Veja ainda - Caso Muggiati: partida de pôker leva médico de volta para a cadeia

Questionada sobre ter ajudado a limpar o sangue de Daniel espalhado pela casa, a jovem disse apenas que pegou a mangueira, fez um movimento com ela como se fosse limpar algo, e a fechou. A defesa dos Brittes tenta desqualificar a acusação de cooptação de menores imposta a todos seus clientes. “Não houve cooptação de menor. Ela foi convidada para ir para a festa, foi de Foz para Curitiba com o namorado, dormiu lá e permaneceu lá. Muito natural”, disse Renan Pacheco Canto, um dos advogados da família Brittes à RPC.

Também à RPC, a defesa da família de Daniel questionou os fatos apresentados pela testemunha porque eles não foram comunicados ao delegado durante o inquérito policial.

A audiência de instrução do Caso Daniel será retomada no dia 1° de abril. Na semana passada foram ouvidas as testemunhas de acusação durante três dias de depoimentos no Fórum de São José dos Pinhais. A audiência vai definir se as acusações serão mantidas e se os réus vão a juri popular. Sete pessoas foram responsabilizadas e acusadas de participação na morte do jogador, em outubro do ano passado.