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Carro em que o adolescente e o pai estavam foi alvejado por tiros no dia 21 de janeiro. | Cassiano Rosario/Gazeta do Povo
Carro em que o adolescente e o pai estavam foi alvejado por tiros no dia 21 de janeiro.| Foto: Cassiano Rosario/Gazeta do Povo

Investigação da Polícia Civil aponta que o assassinato de um adolescente de 15 anos em um tiroteio no bairro Bom Retiro, em Curitiba, no dia 21 de janeiro, foi por causa de uma dívida. Nesta segunda-feira (4), a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apresentou um homem de 40 anos suspeito de ser o mandante do crime. Dois outros suspeitos, de 22 e 24 anos, já estavam presos. O menino foi morto quando um carro disparou contra o veículo estacionado na Avenida Desembargador Hugo Simas em que ele e o pai, de 35 anos, estavam. O pai se feriu gravemente e segue internado.

No dia do crime, o atirador fugiu num Chevette, que já o esperava. Para a polícia, a dupla de jovens agiu a mando do homem apresentado nesta segunda. A suspeita é de que o pai do adolescente agia como agiota e teria emprestado dinheiro ao suposto mandante do crime. O homem de 40 anos teria marcado um encontro com a vítima para pagar uma dívida, mas na verdade o encontro seria uma emboscada. “Momentos antes, o suspeito foi filmado entrando no carro onde estavam pai e filho. Ele sentou no banco de trás, então viu que o homem estava acompanhado do adolescente, e ainda assim deu sequência ao plano”, disse a delegada Tathiana Guzella, responsável pela investigação.

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A DHPP descobriu ainda que o suposto mandante também se encontrou com os dois suspeitos de serem os atiradores pouco tempo antes. “Ele têm um comércio que funciona como borracharia, autopeças, distribuidora de água e gás no Pilarzinho. Eles se encontraram em frente ao comércio e conseguimos comprovar, através de outras imagens, que o trio se encontrou também outros dias”, detalha a delegada.

Depois do crime, a dupla usou um Chevette para escapar. O carro foi abandonado na Rua Dom Alberto Gonçalves, no bairro Mercês, onde entraram em outro carro. Eles usaram uma BMW que, segundo a polícia, aparece em outras imagens.

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O susposto mandante também teria acompanhado toda a ação muito de perto. “Mais especificamente do outro lado da rua, numa agência bancária. Ele entrou no banco para sacar dinheiro que entregaria à vítima, que o esperava dentro do carro”, explica Tathiana.

Após o crime, aponta a investigação, o suposto mandante teve frieza de confirmar se os disparos foram certeiros. “Ele saiu do banco e passou ao redor do carro da vítima, olhando. O carro dele estava à frente, ele olhou e seguiu”, reforça a delegada.

Ao ser preso, o suspeito de ser o mandante confirmou que realmente devia dinheiro à vítima, mas negou ser o mandante do crime. “Ele disse que pegou empréstimo, mas negou que tenha mandado matar. Apesar disso, coletamos muitas provas e também precisamos dizer que foi fundamental a participação da população, que nos ajudou muito com denúncias”, explica a policial.

Indiciamento

O trio vai ser indiciado por homicídio triplamente qualificado. “O que chama mais a atenção neste crime é que o mandante sabia que o adolescente estava junto no carro. Essa é a grande questão, que qualifica de forma triplamente o duplo homicídio”, explicou a delegada, detalhando que cabe ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) encaminha a denúncia à Justiça. “

Ainda conforme a polícia, o pai do adolescente assassinado também tinha antecedentes criminais, com um mandado de prisão em aberto desde 2013 por tráfico de drogas e uso de documentos falsos. Ele continua internado e será ouvido pela DHPP assim que tiver alta. Caso a advogada que lhe representa não consiga reverter a situação com a Justiça, além de ser ouvido, também deve ser encaminhado ao Departamento Penitenciário (Depen) para que seja cumprido o mandado de prisão contra ele.

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