O descaso com o trapiche da praia de Brasília, na Ilha do Mel - um dos pontos turísticos mais importantes do Paraná - chegou ao limite. Pela 2ª. vez em pouco mais de três meses, a estrutura, que estava passando por uma reforma de
R$ 374 mil, despencou. O caso foi há duas semanas, mas só foi compartilhado pelos moradores locais na última quarta-feira (24).
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De acordo com a Associação de Moradores da Ilha do Mel (Animpo), a estrutura flutuante do trapiche cedeu pelo menos cinco metros. O dano foi na mesma parte que chegou a ser interditada pela Capitania dos Portos, órgão da Marinha, em meados de fevereiro deste ano, por causa de sinais de má conservação.
Agora, tanto para os residentes quanto para os turistas só resta a passagem de acesso pela praia de Encantadas - a cerca de 6 km de distância.
“Nós desembarcamos pela parte que não está totalmente danificada. Não é o indicado, mas não há o que fazer”, relata João Marcos Haluch, vice presidente da Animpo.
A situação, que não é novidade na região, afeta o turismo local. E como a ilha depende da atividade para manter a economia, ter um de seus acessos danificado diminui o movimento. “Isso é terrível para nós. Os turistas ficam com medo de visitar a ilha e se machucarem”, diz Haluch.
Desde que a estrutura começou a apresentar problemas, foram vários os relatos de gente que se machucou ao passar pela estrutura estragada. O caso mais grave foi em outubro do ano passado, quando uma turista caiu no trapiche e teve um ferimento grave na perna, precisando de 29 pontos
Novela que não acaba
A ponte está em obras desde 2016, quando uma ressaca danificou as estruturas da passagem. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP), licitou as obras de reparo - que até final do ano passado não tinham terminado. Apesar da obra incompleta, a empresa vencedora do certame aumentou os custos dos trabalhos de R$ 325 mil para R$ 374 mil, 15% a mais do que o previsto inicialmente.
Em agosto de 2018, com as obras já licitadas, moradores da Ilha denunciaram o comprometimento da estrutura. À época, o acesso estava debaixo d´água.
Já em outubro do mesmo ano, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) chegou a anunciar que acompanharia o caso de perto, em resposta ao pedido dos moradores para que o acesso fosse interditado.
No auge da temporada 2018-2019, a estrutura recém- reformada despencou com 20 turistas em cima. Por sorte, eles conseguiram sair do local a tempo e não saíram feridos. Depois disso, a Marinha resolveu intervir e interditar parte da estrutura.
O que diz o IAP
Em nota, o IAP informou que, desta vez, o trapiche de Brasília "cedeu por conta da amplitude das marés, o assoreamento de parte da bacia de evolução, associada ao grande fluxo de turista do último verão".
Conforme o órgão, agora será necessário instalar uma nova estrutura flutuante ao lado para o embarque e desembarque de passageiros em segurança. "Os flutuantes estão sendo providenciados o mais breve possível", afirmou a pasta, que concluiu que, de qualquer forma, "na semana que vem será feita uma manutenção provisória no trapiche até a chegada dos flutuantes".
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