Uma rede de monitoramento da Covid-19, coordenada em Curitiba pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), identificou um salto nas amostras do coronavírus presente no esgoto da capital na última semana de 2021. A taxa registrada no último dia 28 de dezembro foi 31 vezes maior do que a verificada na semana anterior, e é o maior índice encontrado em Curitiba desde agosto do ano passado – no final daquele mês os casos de Covid-19 na cidade deram mais um salto.
Na nota de alerta, a Rede Monitoramento Covid Esgotos aponta que a carga viral do Sars-CoV-2 – o nome completo do coronavírus que causa da Covid-19 – chegou a 167,7 bilhões de cópias genômicas por dia, por 10 mil habitantes, em 28 de dezembro. Na medição feita na semana anterior, em 21 de dezembro de 2021, o índice registrado foi de 5,4 bilhões, 31 vezes menor.
Os locais onde houve maior concentração viral foram as estações de tratamento de esgoto (ETE) Padilha Sul e Santa Quitéria. Outras três ETE’s fazem parte do levantamento, que monitora toda a área de Curitiba e parte da Região Metropolitana.
Ao mesmo tempo em que a carga viral do coronavírus disparou na cidade, os dados oficiais da Secretaria Municipal de Curitiba (SMS) confirmam o salto no número de casos confirmados de Covid-19 na cidade. Em 5 de dezembro, a secretaria confirmou a ocorrência de 28 novos casos na cidade. No dia 28, quando os dados da leitura das amostras de esgoto foram totalizados, o número de novos casos saltou para 161. Os dados mais recentes, de 4 de janeiro, mostram que esse índice passou para 214 – segundo a SMS, a média móvel de novos casos está com uma tendência de alta de 421% em relação a duas semanas atrás.
Além de Curitiba, as capitais Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro também participam da Rede Monitoramento Covid Esgotos, formada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e UFPR e Sanepar, no Paraná.
De acordo com a ANA, com base na carga viral medida diariamente a partir de amostras coletadas no esgoto, é possível estimar a população contaminada, que elimina o vírus pelas fezes e urina. Com o estudo, a Agência pretende identificar a ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus. Segundo a Agência, com os dados sobre a ocorrência do coronavírus por região, seria possível direcionar a adoção ou não de medidas de distanciamento social, por exemplo.
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