Depois de um ano e nove meses de reformas e reviravoltas judiciais, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) foi reaberta nesta quinta-feira (16). Essa UPA é gerenciada pelo Instituto Nacional de Saúde (INCS), mas conta com uma equipe de 172 funcionários da prefeitura de Curitiba. A expectativa é de que o posto 24h ofereça 450 senhas diárias para a população que , até então, precisava se deslocar para os bairros do Fazendinha e do Campo Comprido em busca de atendimento.
O prefeito Rafael Greca afirmou que o modelo de gestão deve gerar uma economia de quase R$ 408 mil aos cofres da prefeitura e que, mesmo que o Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) e o Sindicato dos Médicos do Paraná não concordem, a administração pública não descarta a possibilidade de expandir o modelo para outras UPAs. Apesar da declaração, ainda não existe um plano concreto sobre isso.
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“Duzentas e cinquenta cidades do país já usam esse sistema. Não há motivos para em Curitiba ser diferente. Chamei 40 médicos no último concurso e só apareceram nove. Queremos expandir essa ideia”, explica. população”.
Para a comerciante Samantha Gisele de Oliveira, 35 anos, a retomada do serviço era mais do que esperada. Com a falta de atendimento, ela conta que em uma das ocasiões que precisou usar os serviços da UPA com o filho, teve de se deslocar ao Fazendinha e ainda aguardar atendimento por cinco dias.“Meu filho estava com apendicite e ficamos cinco dias esperando. Só fomos transferidos para o quarto no segundo dia, no terceiro ele fez um exame e somente no quinto dia fomos transferidos para o Hospital do Rocio”.
O mesmo é compartilhado pelo membro do conselho distrital de saúde, Paulo Sérgio Teodoro. Além de falar sobre as superlotações nas outras unidades, ele reforçou o quanto a reabertura faz a diferença para a comunidade. “Nós tínhamos que buscar atendimento no UPA do Fazendinha, Campo Comprido e Tatuquara. Mas com a superpopulação do bairro, a coisa ficava difícil, com tempo de espera de em média seis horas. Agora a expectativa é que melhore”.
Entenda o porquê da demora
A UPA da CIC fechou em novembro de 2016 (ainda na gestão de Fruet) com a necessidade de uma reforma. No entanto, o prazo não foi cumprido e alegando dificuldades financeiras, a administração de Greca resolveu terceirizar a gestão do serviço. Com isso, o Sindicato dos Médicos do Estado do Paraná e o Ministério Público do Trabalho reagira, já que para esses órgãos a decisão desrespeitaria a legislação de concurso e reduziria a qualidade do serviço de saúde. Em uma guerra de liminares e ações, o sindicato dos médicos entrou com um pedido para suspender a terceirização no mês de julho, mas na primeira semana de agosto, o Tribunal Superior do Trabalho cassou a liminar.
Neste modelo, a organização social será responsável pela estrutura da unidade, mas a administração regional garantiu que haverá uma comissão especial, nomeada pela secretaria de saúde para fiscalizar os serviços prestados e manter a mesma qualidade.
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