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 | Marco Charneski/Tribuna do Paraná
| Foto: Marco Charneski/Tribuna do Paraná

Comerciantes e trabalhadores estão assustados com o consumo de drogas na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Sete de Setembro, no Centro de Curitiba. O local fica ao lado de um shopping e de uma universidade e, segundo os denunciantes, chega a receber até 40 pessoas, as quais passam as noites embaixo de marquises. Quem trabalha na região conta que, além do consumo de entorpecentes no local, há também o medo das ameaças feitas por alguns integrantes desses grupos. Fezes, urina e brigas são outros problemas frequentes.

“Eles bebem, usam e abusam de drogas, brigam e ainda fazem as necessidades na rua. É praticamente uma “Cracolândia” aqui em Curitiba porque acontece de tudo ali”, afirmou um funcionário do shopping. O termo utilizado pelo funcionário faz referência ao bairro Santa Efigênia, em São Paulo, que ficou popularmente conhecido pelo intenso tráfico de entorpecentes, e se tornou alvo de programas do estado de São Paulo para controlar a situação. “Só que aqui em Curitiba o problema continua, e a população está se tornando refém”, criticou o funcionário.

Segundo o síndico de um dos edifícios comerciais localizados na região, o problema já foi transmitido à prefeitura de Curitiba e à polícia. “Todos os órgãos já foram acionados, mas não houve resultado”, afirmou. Diante disso, os comerciantes decidiram investir em mais iluminação, na tentativa de trazer mais segurança à região. No entanto, nada resolveu. “Talvez tenhamos que recorrer ao absurdo de cercar tudo com grade”, adiantou.

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Enquanto isso não acontece, uma colaboradora, de 53 anos, que atua em uma empresa nas proximidades afirma que trabalha sempre com medo. “Quando chego, eles estão ali e não querem sair. No fim da tarde se aglomeram de novo e nos obrigam a fechar o comércio mais cedo”.

Outro trabalhador, de 68 anos, conta que algumas pessoas – sob efeito de drogas – também ameaçam quem se coloca contra o grupo. “Dizem que vão quebrar vidros das lojas e que têm uma faca na bolsa pra usar contra nós. Não sabemos o que fazer”, lamentou.

Marco Charneski/Tribuna do Paraná

Apesar do problema relatado à reportagem, a Polícia Militar informou não possuir dados referentes aos atendimentos na região. Por isso, não confirmou se há registros de consumo ou tráfico de drogas, e de perturbação de sossego na área citada. No entanto, a pedido da reportagem, a assessoria de imprensa da PM disse que irá realizar esse levantamento e deve divulgá-lo nos próximos dias.

A orientação da PM é de que, caso a pessoa se depare com situações como essas relatadas na matéria, a corporação deve ser acionada pelo telefone 190.

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Problema social

De acordo com a Fundação de Ação Social (FAS) da prefeitura de Curitiba, entre os dias 1.º de dezembro de 2017 e 5 de janeiro de 2018, foram feitas 13 solicitações sobre moradores de rua na região do shopping por meio da Central 156. Dessas, sete terminaram com os indivíduos abordados e encaminhados à rede de acolhimento do município.

No entanto, em cinco casos ninguém foi encontrado nos locais descritos e em um deles – que citava uma grande aglomeração de pessoas ao lado do shopping – os indivíduos recusaram atendimento pela equipe da FAS.

Ainda segundo o órgão, isso acontece porque a equipe do Centro de Abordagem 24 horas da fundação não pode obrigar ninguém a deixar as ruas. “A equipe apenas irá informar, orientar e ofertar às pessoas em situação de rua o atendimento na rede de serviços do município”.

A reportagem esteve no local na noite desta segunda-feira (8) e encontrou um grupo de aproximadamente dez pessoas dormindo na região, mas não havia consumo de drogas.

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