A variante Ômicron do coronavírus, potencial responsável pelo aumento em disparada dos casos de Covid-19 em 2022, já está em circulação comunitária em Curitiba. A afirmação é do presidente da Comissão de Enfrentamento à Covid-19 da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emanuel Maltempi. Em entrevista à RPC, nesta terça-feira (11), ele confirmou a presença da variante em exames coletados na cidade ainda em dezembro de 2021.
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As amostras foram analisadas por pesquisadores da universidade. De 34 pacientes infectados pelo coronavírus, em 31 foi identificada a variante Ômicron. “Com esse número de amostras positivas para esta variante nós podemos dizer com alto grau de certeza que estamos tendo transmissão comunitária já há algumas semanas em Curitiba”, disse Maltempi.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) ainda não confirmou oficialmente a presença da variante no estado, mas o secretário Beto Preto admitiu, na semana passada, uma possível predominância da nova cepa no estado.
“No Paraná nós ainda não temos um registro oficial da variante Ômicron. Porém, pelo modo de transmissão, pelo caráter rápido, inclusive atingindo vacinados mesmo que em um quadro mais leve, tudo leva a crer que nós já tenhamos no Paraná a variante Ômicron”, disse, em entrevista à RPC.
Demora nas análises
O diretor-geral da Sesa, Nestor Werner Junior, confirmou que a pasta tem enviado regularmente as amostras para análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A resposta, porém, ainda não chegou.
“A Sesa já enviou todas as amostras para o sequenciamento feito pela Fiocruz de forma oficial, no Rio de Janeiro. Pela escalada de casos observada nos últimos dias é muito provável a prevalência da variante Ômicron no estado do Paraná como já anunciado pela própria secretaria na semana passada”, comentou, em entrevista à RPC.
A demora na análise das amostras paranaenses tem sido maior do que a verificada nos outros estados do Sul. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a presença da Ômicron foi confirmada em 3 de dezembro de 2021. Em Santa Catarina, a confirmação se deu no dia 22 do mesmo mês.
A explicação, segundo o pesquisador da UFPR, é a falta de estrutura e de financiamento das redes de sequenciamento genético responsáveis pela identificação das novas cepas e variantes do coronavírus. “Nossa rede de laboratórios, que foi montada para fazer essa vigilância genômica, está sobrecarregada. As redes de sequenciamento no Brasil são insuficientes para o tamanho da pandemia no Brasil. Teriam que ser maiores e melhor financiadas”, avaliou Maltempi.
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