Uma ação conjunta da Secretaria Municipal de Urbanismo e da Vigilância Sanitária determinou nesta sexta-feira (08) que um morador do bairro Guabirotuba, em Curitiba, fechasse duas torneiras usadas para a venda de água a preços populares para os moradores da região. Apesar da boa intenção, os fiscais alegaram que o comércio irregular de água poderia colocar em risco a saúde de quem bebesse.
As torneiras já eram famosas no bairro. Dono de um poço artesiano em sua casa, Edson Martins cobrava apenas R$ 1 por dez litros de água, o que atraiu a atenção da vizinhança. Contudo, a divulgação da iniciativa nas redes sociais colocou o comércio no radar de órgãos de fiscalização, que orientaram o fechamento. “Disseram que se fizesse mal para alguém, seríamos culpados”, conta o homem. “Era um benefício à população, mas agora todo mundo vai ficar sem”.
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Em nota, a prefeitura de Curitiba, confirmou a orientação de que as torneiras deveriam ser fechadas, pelo menos até a regularização do fornecimento de água. Segundo a prefeitura, Edson pode continuar com as atividades do poço artesiano, mas apenas para consumo próprio e não “monetizado, como funcionava antes”. De acordo coma prefeitura, a notificação foi feita pela pasta do Urbanismo, enquanto que a Vigilância Sanitária passou orientações relacionadas à saúde.
De acordo com a Sanepar, uma equipe chegou a visitar o local e verificou as condições de venda da água, informando a Vigilância Sanitária logo em seguida. Segundo o órgão municipal, ainda existe a possibilidade de a água ser vendida, mas é preciso passar por uma série de trâmites.
Moradores revoltados
Segundo Martins, o equipamento foi instalado logo após ele descobrir que a água era potável. Para ele, cerca de 500 pessoas no total já usaram a água do poço. “Sei que já teve dia que mais de dois mil litros d’água foram retirados pela população. O mais legal é que vinha gente de toda Curitiba e até de fora, até de outros estados. Era algo realmente bom para as pessoas”, conta. De acordo com o morador, pagava apenas quem queria colaborar com a manutenção da iniciativa.
No entanto, já nesta sexta-feira, as torneiras e toda a estrutura instalada ao redor foram retiradas — o que revoltou os vizinhos. “Desde o começo pegávamos água aqui. Tem gente que até usava para tratamento, porque é uma água alcalina, realmente muito boa”, reclama Salete Kato, moradora do bairro há 30 anos. “O que fizeram não foi uma coisa legal”.
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