Quem quiser conhecer, passear ou simplesmente passar pelo Bosque do Papa João Paulo II, no Centro Cívico, precisa ficar atento ao acesso escolhido para entrar no local. Desde o ano passado, três dos cinco portões do bosque estão constantemente fechados, impedindo a passagem do público. De acordo com a Secretaria Municipal de Defesa Social, trata-se de uma medida de segurança. Mas muitas pessoas que costumam frequentar o local reclamam por entender que isso justamente deixa a região ainda mais perigosa.
“Com o fechamento do portão que chega da rua Carlos Pioli, a circulação de pessoas diminuiu. Isso gera ainda mais sensação de insegurança”, explica Denise Thomaz, moradora da região que faz caminhadas no bosque todos os dias. De acordo com a vizinha do bosque, boa parte das pessoas que transitavam por essas entradas eram moradores ou funcionários de estabelecimentos do bairro. Com o fechamento dos portões, tornou-se necessário desviar pela calçada de outras vias próximas, como a rua Mateus Leme.
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Outro problema é que, segundo Denise, os bloqueios impedem a fuga de eventuais situações de perigo: “Eu nunca vi acontecer nada aqui dentro, mas se acontecer não tem muito pra onde correr”, opina. Denise faz o trecho há cerca de 20 anos, sempre sozinha durante o período da manhã, e afirma nunca ter sentido medo de assaltos.
Mais uma questão que levanta indagações sobre a real necessidade dos bloqueios é a presença da Guarda Municipal no bosque. A GM tem uma sede própria no local, com guardas que atendem constantemente qualquer solicitação. Para Nádia Forischi, proprietária de um restaurante ao lado da entrada principal do bosque, na rua Wellington de Oliveira Vianna, o Bosque do Papa “ainda é um dos mais seguros de Curitiba, principalmente por causa da presença dos guardas”.
Duas passagens fechadas recentemente são as que dão acesso à pista de caminhada que passa em frente à entrada principal - e em uma das margens do Rio Belém. Uma delas é mais próxima da Rua Deputado Mário de Barros e outra da rua José Sabóia Cortês. Outra solução para quem costumava usar esses portões para atravessar a quadra é caminhar ao lado da ciclovia, que fica na margem oposta do rio. “O problema é que agora essa parte ao lado da ciclovia está superlotada. Dependendo do horário, tem muita gente e não dá correr ou caminhar tranquilamente”, conta Antonio Cardoso, engenheiro eletricista que também anda diariamente na região do bosque.
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Cardoso tampouco gostou do fechamento dos portões. “Tem muita gente que atravessa o bosque para ir ao serviço, e isso complicou a vida dessas pessoas”, considera. Como sugestão, Cardoso deixa a ideia de isolar a área da pista de caminhada do restante do bosque, “Se é pra proteger o bosque, podiam isolar a pista de caminhada do restante do terreno, assim não cria problemas”, sugere o engenheiro.
O fechamento dos portões é ruim também para os turistas, que muitas vezes descem da Linha Turismo para ir até o Museu Oscar Niemeyer, nos fundos do bosque, e encontram o terceiro acesso fechado. “Eles têm que andar bastante até chegar a uma entrada disponível”, esclarece Cardoso.
Em nota, a diretoria da Guarda Municipal afirma que, diante das solicitações dos frequentadores do bosque, uma reunião será feita com a coordenação do Memorial da Imigração Polonesa, que ajuda na administração do local. Nessa reunião, serão melhor discutidas as possíveis medidas para melhorar a segurança do bosque.
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