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Coronavírus em Curitiba
Limpeza de estação-tubo de Curitiba durante a pandemia de Covid-19.| Foto: Daniel Castellano/AFP

Com menos da metade de casos ativos de Covid-19 em relação às piores semanas de novembro e dezembro, Curitiba concretizou, nesta quinta-feira (28), sua sexta mudança de bandeira desde o início da pandemia. A volta à bandeira amarela, publicada em decreto na quarta-feira, estabelece medidas de restrição de comércio e circulação mais brandas. Mas, apesar da melhora no curto prazo, a cidade ainda tem média de novos casos semelhantes às que, em outros momentos, levaram a adoção de medidas mais rígidas.

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Os números indicam que, de fato, a cidade vive uma situação bem mais controlada que em novembro e dezembro, o auge da pandemia na capital. Nesta quarta-feira, quando a prefeitura anunciou a mudança, a cidade registrava 6.539 casos ativos (403 deles registrados nas 24 horas anteriores). Esse é o número de pessoas com potencial de transmissão do vírus. A taxa de ocupação dos leitos de UTI SUS exclusivos para tratar Covid-19 bateu os 85% -- dos 371, estão livres 56.

Há dois meses, quando a gestão municipal apertou as medidas de restrição, migrando para a bandeira laranja, a cidade registrava números de novos casos da doença que cercavam as 1,5 mil infecções diárias. O volume de casos ativos era quase o dobro dos atuais: 12.973 pessoas com potencial de transmissão. A ocupação de leitos exclusivos também era pior: 93% dos 339 leitos disponíveis estavam ocupados, com apenas 24 livres.

Nos últimos dez dias, a cidade vem registrando diariamente queda na média de infecções em 7 dias (chamada de média móvel). Apesar disso, os números atuais estão próximos aos de outras semanas em que a prefeitura optou por apertar, e não afrouxar, as medidas. A média móvel bateu 398,9 na cidade na quarta-feira. Em 7 de setembro, quando a gestão municipal anunciou uma de suas mudanças de bandeira (da amarela para a laranja), tal média era de 463,4.

Embora seja um balizador, essa evolução é tratada de forma mais complexa para determinar a mudança ou permanência da cidade em uma bandeira. A prefeitura utiliza um conjunto de indicadores, como incidência da doença por 100 mil habitantes, leitos disponíveis e taxa de replicação (quantas pessoas um portador de Covid pode infectar). De acordo com o Executivo, "a pontuação dos indicadores de avaliação da pandemia [levados em consideração para este novo decreto] atingiu 1.94, no limite da bandeira laranja".

Além disso, a própria Secretaria Municipal de Saúde prega o discurso de necessidade de manutenção dos cuidados. Em entrevista à Gazeta do Povo, o diretor do Centro de Epidemiologia da prefeitura de Curitiba, o médico Alcides de Oliveira, descreveu o momento como de "estabilidade", mas disse que "não estamos em uma situação confortável". "Não dá para garantir que em poucas semanas os casos voltem a subir rapidamente. É tudo muito incerto (...). Por isso, é imprescindível todos continuarmos com as medidas se prevenção, usando máscara, mantendo o distanciamento social e higienizando as mãos”, disse.

Histórico de bandeiras

Curitiba entrou em bandeira laranja pela primeira vez no dia 15 de junho, quando adotou as medidas mais restritivas de toda a pandemia. Após duas prorrogações de decreto, a prefeitura detrminou o retorno à bandeira amarela no dia 18 de agosto. Uma nova mudança foi necessária no dia 7 de setembro. A capital permaneceu em bandeira laranja até o dia 25 de setembro.

Em novembro, com a pandemia chegando a seu pior momento na capital, o município voltou a determinar mudança de bandeira. A alteração, no dia 27 de novembro, perdurou até esta quarta-feira. Apesar do sistema de cores, no entanto, a prefeitura estabeleceu regras próprias em cada um dos decretos.

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