A oferta de wi-fi gratuito nos terminais de ônibus de Curitiba empacou. Assumido pela gestão anterior da prefeitura, o plano de implantar internet sem custo aos usuários do transporte público em seis terminais ficou restrito ao Capão Raso. Nesse terminal, a rede foi disponibilizada em agosto do ano passado, mas já não existe mais. No Pinheirinho, Cabral, Boqueirão, Campina do Siqueira e Santa Cândida – os outros terminais que deveriam oferecer o serviço até o fim de 2016 –, o sinal sequer chegou.
Hoje, o mapa da rede pública de internet da prefeitura mostra que o wi-fi gratuito contempla um conjunto de mais de 130 escolas municipais e outros 11 espaços compartilhados da cidade, como parques, ruas da cidadania e regionais. A proposta da administração do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) era unir a essa lista todos os 22 terminais de ônibus da cidade, o que não ocorreu.
“Todo mundo chega aqui, tenta, tenta, tenta conectar, mas a verdade é que nunca funcionou. Isso é só balela”, avalia Sônia Cristina Batista, de 45 anos. Ela trabalha em uma lanchonete dentro do terminal do Capão Raso e disse que nunca conseguiu conectar seu aparelho de celular à rede disponível na estação.
No compartimento onde ficam os fiscais da Urbs, empresa que administra o sistema de transporte, no terminal do Capão Raso, um cartaz avisa sobre a existência de rede wi-fi gratuita no terminal. Mas o informe passa despercebido, já que o mais importante, o sinal propriamente dito, não chega nem a ser identificado pelos milhares de aparelhos de usuários que passam diariamente por ali.
A estimativa é que 120 mil pessoas circulem pelo terminal do Capão Raso, na região Sul de Curitiba, diariamente. Entre elas está a babá Karla Cristina Pires, de 20 anos, que passa pela estação a caminho do trabalho. Entre um ônibus e outro, ela aproveita para ver conferir novidades no celular, pagando um pacote de dados. Questionada sobre o sinal de wi-fi no terminal, a jovem respondeu que não sabia que ali era um espaço de rede pública de internet. “Seria muito melhor se tivesse. Daria para ver o horário dos ônibus, que muitas vezes a gente nem encontra aqui”, comentou.
Em outra região da cidade, no terminal do Boqueirão, a recepcionista Fabiana de Paula Kniss, de 30 anos, também usava a internet com o próprio pacote de dados. “É do mais simples, mas quebra um galho”, brincou. Ela passa entre dez e 15 minutos no terminal pelas manhãs e acredita que seria interessante se o sinal de internet da prefeitura chegasse aos usuários do sistema de transporte. “Com esse tempo que a gente passa aqui dá pra fazer pesquisas, algum tipo de pagamento, adiantar boletos. Adiantar coisas do dia a dia mesmo. Mas teria que ter cuidado porque o pessoal poderia ficar só de olho no celular, nas redes sociais, e atravessar aqui sem olhar para os lados”, pondera.
Próximo ao terminal do Boqueirão, o terminal do Carmo tinha rede de internet na manhã de quinta-feira. Segundo funcionários, o sinal chega até ali vindo da Rua da Cidadania, que fica ao lado. Apesar disso, a reportagem não conseguiu conectar celulares para ter acesso ao serviço.
Transporte metropolitano
O acesso ao wi-fi gratuito já é uma realidade no transporte coletivo metropolitano desde setembro do ano passado, quando 24 pontos de embarque passaram a oferecer internet aos usuários.
A dona de casa Simone Oliveira, de 45 anos, é de Quatro Barras e afirma que lá a internet funciona. “Meu filho sempre usa e me fala”, disse. No terminal do Campina do Siqueira, no entanto, Simone não conseguiu conectar a um sinal de wi-fi.
Se isso tivesse sido possível, a novidade teria agradado Luis Fernando Rocha da Silva, de 21 anos. O jovem mora no interior de Bocaiúva do Sul e aproveita as poucas vezes que vem a Curitiba para usar as redes sociais ou entrar em sites para buscar assuntos que gosta. “A gente mora bem no interior, aí não pega. Tem que ir no centro lá para usar ou é quando eu venho para cá”, contou o jovem. “O w-fi é mais rápido que o [sinal] do celular. E no celular você precisa ter créditos sempre”, completou.
Outro lado
De acordo com a Urbs, a gestão do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), tem intenção de levar conexão gratuita de internet para os terminais da cidade. No entanto, a medida ainda deve demandar estudos sobre viabilidade financeira e parcerias.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares