Foi lançado nesta quinta-feira (3) o primeiro edital para a construção das novas estações da linha Inter 2, em Curitiba. A primeira edificação, tratada pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc) e pela Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag) como um protótipo para as outras 12 estações no trajeto da linha, é a Estação Agrárias, entre as ruas Menezes Dória e Recife, no Cabral. O valor estimado para a construção é de R$ 4,6 milhões, valor financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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Uma das novidades presentes no edital é a exigência, por parte da administração municipal, de que o vencedor da licitação acompanhe a operação da estrutura. A medida foi apontada como necessária para que itens como a eficiência energética, a infraestrutura e a experiência do usuário sejam cumpridas exatamente como o previsto no Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba.
Entre esses requisitos estão a aplicação de soluções inteligentes de transporte, energia e de tecnologias que promovam a integração com outros modais, como o uso de patinetes elétricos e bicicletas compartilhadas. Um dos focos do programa é reduzir o número de carros no centro da cidade.
Os novos terminais – chamados no programa de Prismas Solares – devem oferecer aos passageiros facilidades como wi-fi e ar-condicionado, além de possibilidade de recarga de veículos elétricos. De acordo com o projeto, as estações contarão com painéis solares ligados em rede com a Copel. Desta forma, será possível alimentar com energia elétrica não só o ponto de parada, como todo o entorno das edificações.
Além do ar-condicionado, que segundo o projeto deve garantir temperaturas constantes entre 18 e 26 graus dentro das estações, a energia solar também vai suprir os equipamentos de abertura e fechamento das portas das estações e os sistemas de iluminação, interno e externo. A bilhetagem será feita de forma eletrônica, sem a presença de cobradores, e deverá ser integrada a um sistema de transferência de dados internos de monitoramento das linhas, como o número de usuários em cada ônibus.
“Temos uma previsão de aumento de 30% no número de passageiros para o Inter 2. Os novos conceitos de arquitetura, acessibilidade, sustentabilidades ambientais e econômicas devem absorver esse crescimento de usuários com conforto, segurança e sistemas de fácil manutenção dos equipamentos, incluindo custos reduzidos que impactam no cálculo da planilha tarifária”, explicou Marcio Teixeira, diretor técnico da Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag).
A Estação Agrárias terá dupla operação, de forma que a mesma estrutura permita o embarque e desembarque em ambos os sentidos da linha, com o ponto localizado no centro da via de rolamento. No projeto está presente a exigência de acessibilidade plena, desde o pavimento das calçadas do entorno e áreas de abrangência de todas as estações, com travessias elevadas, além de iluminação e sinalização que facilitem os deslocamentos.
A linha Inter 2 transporta por dia 91 mil passageiros e passa pelos bairros Alto da Glória, Alto da Rua XV, Bigorrilho, Bom Retiro, Cabral, Centro Cívico, Hugo Lange, Jardim Social, Juvevê, Mercês, São Francisco, Hauer, Xaxim, Cajuru, Capão da Imbuia, Guabirotuba, Jardim das Américas, Uberaba, Tarumã, Campina do Siqueira, Seminário, Vista Alegre, Fanny, Novo Mundo, Portão, Santa Quitéria, Vila Izabel, Capão Raso.
Hoje, a frota operante do Inter 2 é de 67 ônibus, entre 29 modelos Padron e 38 articulados. A substituição para o modal elétrico será gradativa. Os estudos estão sendo feitos conforme a disponibilidade dos fabricantes e modelos de ônibus elétricos existentes em operação.
A execução do projeto total tem prazo previsto para cinco anos e tem financiamentos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e New Development Bank (NDB). Serão investidos US$ 181,7 milhões pelos bancos internacionais; U$ 106,7 pelo BID e U$ 75 milhões pelo NDB, com a contrapartida do município de US$ 45,4 milhões.
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