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A gestão do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, é rejeitada por pouco mais de 1/3 dos brasileiros de acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda (16) pelo Datafolha. O instituto apontou que 34% dos entrevistados considera o trabalho do petista como ruim ou péssimo, e a mesma quantidade como regular.
A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 13 de dezembro, cerca de duas semanas após a apresentação do pacote de corte de gastos que ficou aquém do esperado pelo mercado financeiro, e que levou à desconfiança de investidores sobre a capacidade do governo conseguir fazer a proposta avançar no Congresso sem ser desidratada:
- Ótimo/bom: 27%;
- Regular: 34%;
- Ruim/péssimo: 34%;
- Não sabe: 5%.
Além de ter um alto nível de rejeição, Haddad também pode ter enfrentado dificuldades em informar ou se fazer entender sobre o pacote de corte de gastos. O Datafolha revelou que 59% dos entrevistados não tomou conhecimento das medidas de ajuste fiscal.
Dos que afirmaram conhecer as medidas, 16% afirmam estarem bem informados, 20% mais ou menos e 5% mal informados.
A dificuldade de fazer as políticas públicas do governo chegarem à maior quantidade possível de brasileiros é reconhecida e está no radar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para mexer na Secretaria de Comunicação Social (Secom). A expectativa é de que o atual ministro da pasta, Paulo Pimenta, seja trocado em uma possível reforma ministerial após a eleição dos novos presidentes das duas casas do Congresso, no ano que vem.
O Datafolha ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Pacote de corte de gastos divide opiniões
A pesquisa do Datafolha revelou que os entrevistados que tomaram conhecimento do pacote de corte de gastos se dividem entre apoio e reprovação das medidas.
A fiscalização mais dura dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Bolsa Família é apoiada por 89% dos entrevistados. Já 73% são favoráveis à adoção da idade mínima de 55 anos para a aposentadoria de militares, e 54% afirmam que funcionários públicos não devem receber salários acima do teto constitucional de R$ 44 mil por mês.
Por outro lado, um tema bastante sensível é a limitação do aumento real do salário mínimo, que pode ser enquadrado na mesma regra do arcabouço fiscal de apenas 2,5% acima da inflação:
- A favor: 36%;
- Contra: 61%;
- Indiferente: 1%;
- Não sabe: 2%.
Isenção do IR a R$ 5 mil
Embora 59% dos entrevistados digam que não tomaram conhecimento do pacote de corte de gastos, a medida que prevê o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil chegou à maioria deles: 53%, enquanto que 47% dizem não saber da proposta.
O aumento da faixa isenta foi anunciado juntamente com as demais medidas do “pacote de maldades”, que inclui ainda a taxação de pessoas com ganhos acima de R$ 50 mil.
A maioria dos entrevistados (70%) afirma ser a favor da isenção para quem recebe até R$ 5 mil ao mês, e ainda mais (77%) para a taxação dos que ganham acima de R$ 50 mil.
O Datafolha apurou que a maior reprovação a Haddad está entre os que rejeitam a taxação a quem ganha acima de R$ 50 mil por mês:
- Ótimo/bom: 19%;
- Regular: 27%;
- Ruim/péssimo: 48%.
Constatação semelhante entre os que são contra a isenção dos ganhos até R$ 5 mil:
- Ótimo/bom: 25%;
- Regular: 37%;
- Ruim/péssimo: 34%.
Já entre os favoráveis ao aumento da faixa de isenção, 34% consideram a gestão de Haddad como ruim/péssima, 34% como regular e 28% como ótima/boa.