A solução final, o pacote envolvendo a recapitalização dos bancos europeus, a reestruturação do fundo de ajuda ao bloco e a revisão das dívidas da Grécia, só virá na quarta-feira, em uma reunião que incluirá os 17 países da zona do euro bem como os outros 10 membros da União Europeia. Nesse fim de semana, em Bruxelas, na Bélgica, no entanto, os ministros de Finanças da UE conseguiram chegar a um desenho sobre uma das três questões que sustentam a crise. Eles sugerem um aporte de 108 bilhões de euros para impulsionar as reservas de capital de cerca de 90 bancos enfraquecidos por sua exposição às dividas soberanas. Ainda existem vários conflitos nos outros dois pilares do pacote: o fundo de ajuda de 440 bilhões de euros para o bloco e a revisão da crescente dívida pública da Grécia. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, também pressionam o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, a adotar medidas expressivas para reduzir o alto nível da dívida de seu país.
O quase colapso do banco franco-belga Dexia no início deste mês aumentou a urgência para que as reservas de capital dos bancos contra choques financeiros sejam elevadas. O Dexia tinha passado facilmente na última rodada dos testes estresse dos bancos europeus.
Além disso, os países da zona do euro estão tentando combinar duas opções para impulsionar o fundo de ajuda para a região, através da criação de um fundo que capte recursos fora da UE para que equilibre a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). Uma captação da ordem de US$ 139 bilhões teria sido cogitada. A combinação de dois grandes fundos criaria uma proteção extra contra a expansão da crise da dívida e convenceria investidores que a Itália e a Espanha não estão em risco.
O ministro das Finanças da Suécia, Anders Borg, disse que eles concordaram nas fundações de um plano, mas que ainda há detalhes a serem acertados, como a meta de capital bancário, que seria em torno de 9%, e também sobre de quanto será o desconto aplicado aos títulos de países da zona do euro falou-se em algo em torno de 40% a 60%.
O tamanho da recapitalização depende em parte de quanto será o haircut (ou desconto) que os governos pedirão aos credores privados da Grécia (quanto maior o corte, maiores as perdas dos bancos europeus). A habilidade dos governos de reduzir as perdas nos resultados dos bancos dependerá da força do fundo de ajuda, o EFSF.