Porto de Paranaguá. Área para novos investimentos é bem maior que a estimada anteriormente| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Portuários ocupam navio em Santos

Agência Estado

Os sindicatos dos portuários de Santos promoveram a ocupação do navio chinês Zhen Hua 10 na madrugada de segunda-feira. O navio transportava equipamentos que serão utilizados na operação do novo terminal da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) no Porto de Santos. "Os estivadores decidiram brecar a circulação de mão de obra chinesa que iria descarregar as peças para o porto", disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.

A ação faz parte dos protestos dos portuários contra a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. Segundo o presidente da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho, inicialmente a ocupação do navio não fazia parte das mobilizações, mas tornou-se um ato de protesto quando os portuários perceberam que chineses estavam trabalhando para descarregar os equipamentos da Embraport. Os trabalhadores reclamam que a MP derruba a exigência de contratação de trabalhadores avulsos (sem vínculos com as empresas) por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) – entidade que organiza a fila de trabalhadores escalados para o trabalho. Ontem até às 19h30, o navio ainda não tinha sido desocupado.

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A Secretaria dos Portos (SEP) divulgou ontem uma lista com 159 áreas – 41 novas – que os terminais brasileiros têm para arrendar para o investimento privado, segundo a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, que introduz um novo modelo de concessões no setor.

A relação traz terminais como Belém-Miramar, na Região Norte; Aratu, Cabedelo e Suape, no Nordeste; Santos, no Sudeste; e Itajaí e Paranaguá, no Sul. No caso de Paranaguá são 25 áreas, em um total de 1,2 milhão de metros quadrados – mais que o dobro que o estimado anteriormente pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), no ano passado, quando da aprovação do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do porto organizado.

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À época, a estimativa era de mais de 500 mil metros quadrados, vindos de 24 áreas arrendadas a empresas e cooperativas. Metade dos contratos de arrendamento foi firmada antes da Lei Federal dos Portos (n.º 8.630/1993) e não poderia, de qualquer maneira, ser mais renovada. Ainda assim, muitas empresas esperavam que exceções fossem abertas. Isso não acontecerá. A MP dos Portos fixa prazo de 60 dias para que todas essas áreas sejam licitadas, mas o governo já admite que não conseguirá concluir o processo dentro do tempo.

Segundo o ministro Leônidas Cristino, as áreas em Santos e Belém, que são prioritárias, deverão ir a leilão ainda no primeiro semestre – essas áreas, no entanto, ainda são objeto de estudo de viabilidade econômica que não foram concluídos. O Porto de Belém é considerado "estratégico" por causa da existência de terminais para movimentação de combustíveis, considerados importantes para o abastecimento da região amazônica.

Conforme explicou o ministro, o critério de escolha dos novos arrendatários não será mais o maior valor de outorga, como estabelecia a legislação anterior. "O empresário que ganhar não vai ser mais (por) outorga, (será) maior movimentação de carga e menor preço", disse.

A Appa prometeu para hoje um pronunciamento sobre as áreas listadas e o prazo de 60 dias para a licitação dos espaços à iniciativa privada.

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