Garantia
Alta do IPI não ameaça emprego no setor, avalia presidente da Anfavea
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse ontem que o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que começou a vigorar no dia 1º de janeiro e passará por novo ajuste em junho, não deve impactar na manutenção dos empregos no setor. "Quando ocorreu a redução do IPI, o [ministro da Fazenda, Guido] Mantega pediu a manutenção do emprego e nós fizemos até mais do que isso", afirmou. "Não acredito que há ameaça ao emprego."
Segundo Moan, em maio de 2012 o setor tinha 145 mil empregados e agora possui 153,5 mil. De acordo com a Anfavea, o número de empregos diretos nas montadoras em 2013 foi 26,4% maior que a média registrada nos últimos dez anos.
Moan, que também é presidente da General Motors (GM), não quis comentar as recentes demissões na montadora. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a GM vão se reunir sexta-feira para discutir as demissões de 1.053 trabalhadores, anunciadas em dezembro pela montadora. Na ocasião, o sindicato vai pleitear a suspensão das demissões.
83.078 unidades de máquinas agrícolas foram vendidas no atacado no ano passado uma alta de 18,4% sobre 2012, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A produção, por sua vez, subiu 20% em 2013 na comparação com 2012 e chegou a 100.451 unidades. As exportações agrícolas em valores totalizaram US$ 3,553 bilhões em 2013, e avançaram 23,2% ante 2012. Foram exportadas 15.619 máquinas agrícolas no ano passado, com queda de 7,7% sobre 2012.
O ritmo mais lento na evolução das vendas de veículos no Brasil deve se estender para as linhas de montagem neste ano, com as fabricantes esperando um desempenho modesto em todos os indicadores em 2014. Ano passado, a produção de veículos cresceu quase 10%, apesar da queda de 0,9% nas vendas, impulsionada por exportações maiores e restrição a importados.
Na previsão das montadoras, os dois indicadores devem ficar mais próximos neste ano: a expectativa é que as vendas avancem 1%, para 3,81 milhões de unidades, e a produção cresça 0,7%. As estimativas foram divulgadas ontem pela Anfavea (associação das montadoras). Conforme os números apresentados, em 2013 as fábricas instaladas no Brasil produziram 3,74 milhões de unidades, volume 9,9% superior ao do ano anterior e o maior nível já alcançado pelo setor. O resultado reverte a retração de 2012, quando a produção havia caído pela primeira vez em dez anos.
O crescimento em 2013 foi reforçado pela substituição de modelos importados por nacionais e uma retomada das exportações justamente os dois fatores que, segundo a Anfavea, devem ter redução neste ano. "A substituição dos produtos importados não se dará numa velocidade muito grande que possa alavancar [a produção] a um nível muito grande", afirma o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
As vendas externas devem crescer 2,1%, para 575 mil unidades. Em 2013, o aumento foi de 26,5%. A Anfavea considera o ano como um período de transição para as exportações, com a negociação de novos acordos automotivos e a entrada de produtos mais competitivos.
A perda do ritmo nas montadoras acontecerá apesar da redução dos níveis de estoques. Os veículos parados nos pátios de montadoras e concessionárias eram suficientes para 30 dias de vendas em dezembro, ante 43 dias em novembro, nível que vinha sendo considerado elevado pelos analistas. Uma melhora nas vendas e a redução no ritmo da produção em dezembro ajudaram a diminuir os estoques.
A previsão da leve retomada nas vendas em 2014 é explicada por uma melhora nos financiamentos, com a expectativa de crescimento de 5% no estoque de crédito. "Parte dessa queda [em 2013] se deve pela seletividade do crédito. Tivemos um ano bastante difícil por parte do crédito", afirma Moan.
Investimento
Embora defenda que o governo promova uma ampla reforma tributária, para auxiliar na redução dos preços dos carros, o presidente da Anfavea disse estar convicto que o governo, agora, quer fazer o PIB crescer a partir de investimentos em bens de capital e infraestrutura.
"Dentro desse cenário, acho que a linguagem que nós temos que falar é: preciso ganhar competitividade para exportação. Então, nós vamos centrar nossas atividades em um programa de exportação que traga competitividade ao setor", disse Moan.
Venda de veículos novos cresce no Paraná
Gabriel Azevedo
A venda de veículos novos no Paraná surpreendeu e registrou crescimento de 0,92% em 2013 ante 2012. O movimento não acompanha o cenário nacional. No Brasil, a venda de veículos caiu 0,9% no mesmo período o pior resultado registrado nos últimos dez anos. No estado, 375.125 unidades foram emplacadas no ano passado, contra 371.704 em 2012. Os dados são da Fenabrave-PR.
De acordo com o gestor da entidade, Luís Antônio Sebben, a redução do IPI até o final de dezembro, aliado à queda da inadimplência e promoções das concessionárias de veículos, foram fatores que colaboraram para o bom desempenho do setor.
"Mesmo mostrando dificuldades, o total comercializado está dentro da média mensal de 30 mil unidades, o que demonstra estabilidade", afirma.
Para Sebben, o desempenho do primeiro bimestre deste ano será mais fraco devido à volta da cobrança do IPI e aos gastos típicos do início do ano, que tradicionalmente afetam as vendas. Para ele, o mercado volta a se aquecer em março. O gestor acredita que em 2014 a taxa de crescimento será de 1%.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast