Como é comum nos últimos momentos do ano, o clima entre todos é um misto de celebração, previsões, promessas para o ano seguinte e, principalmente, retrospectivas. No âmbito econômico não é diferente, por isso, a Gazeta do Povo separou alguns fatos que marcaram a movimentada economia em 2016. Confira:
Crise cambial na China
O ano começou com reflexos negativos do Banco Central Chinês ter permitido a desvalorização do yuan chinês frente ao dólar. A medida foi ainda em 2015, mas se arrastou até o início do ano, levantando dúvidas sobre a saúde da economia do país. Além de causar quedas das bolsas pelo mundo todo, a desvalorização da moeda gerou “conflitos”, por exemplo, com o magnata americano George Soros, acusado pela imprensa chinesa de declarar “guerra ao yuan”.
Repatriação de recursos
Ainda no início do ano, a então presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que cria um regime especial de repatriação de recursos brasileiros no exterior não declarados à Receita Federal. Desde então, a procura por informações sobre a repatriação cresceu em escritórios especializados em direitos tributários. Na época, o relatório final do governo estimou em R$ 35 bilhões de recursos repatriados, mas chegou a cogitar um valor entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões. Aqui você pode ver uma breve explicação de como funciona a regularização dos valores.
Brexit
Na metade do ano, a “zona do euro” ficou conturbada após os britânicos votarem em um plebiscito para sair da União Europeia, movimento que ficou conhecido mundialmente como Brexit. As consequências da decisão não foram só políticas, mas principalmente econômicas. Analistas viram, de forma geral, a saída como negativa e caracterizaram o período como “incerto” e “volátil”. Assim que saiu a confirmação da vitória do Brexit, bolsas do mundo todo caíram, sinalizando as primeiras consequências da decisão.
Nova equipe econômica
Outro destaque de 2016 foi a formação da nova equipe econômica do governo após o impeachment de Dilma Rousseff. A ideia era que os nomes escolhidos trouxessem também a esperança de colocar nos eixos uma economia em declínio. Para isso, Michel Temer formou um quarteto com Henrique Meirelles (foto), no Ministério da Fazenda; José Serra, nas Relações Exteriores; Romero Jucá, no Planejamento; e Moreira Franco, em uma supersecretaria para coordenar programas de parcerias de investimento. Na prática, os nomes foram recebidos com certo otimismo. Mas eles ainda não deslancharam a recuperação econômica. Além disso, a equipe logo sofreu baixas. Jucá, por exemplo, deixou o cargo após ter conversas com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, reveladas durante a Operação Lava Jato. Quem assumiu o ministério foi Dyogo Oliveira, até então secretário-executivo da pasta.
Desemprego
A palavra também assombrou a economia do Brasil em 2016 e não foi pouco, afinal, a taxa de desemprego é de 11,9% com um total de 12,1 milhões de pessoas sem emprego, de acordo com os dados do IBGE. O instituto também mediu o número de pessoas ocupadas, estimado em pouco menos de 90 milhões no terceiro trimestre do ano, o que não ocorria desde 2013. Para o ano que vem, o desemprego deve dar as caras novamente, já que se projeta uma taxa de 13% ao final do segundo trimestre do ano.
Grandes aquisições e fusões
As aquisições e fusões também apareceram de forma significativa durante o ano. Destaque para a compra do LinkedIn pela Microsoft e da cervejaria inglesa SABMiller pela multinacional belga-brasileira AB InBev. Em 2016, houve ainda a fusão das norte-americanas do setor químico Dow Chemical e Dupont. Por fim, ainda há a compra da Monsanto pela Bayer, negociação fechada, mas que só deve ser concretizada nos próximos meses.
Recuperação judicial da Oi
A metade do ano também registrou o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil, feito pela operadora de telefonia Oi. No processo, a empresa incluiu R$ 65,4 bilhões em dívidas – valor superior ao recorde anterior, de R$ 11,2 bilhões, da empresa de Eike Batista OGX, em 2013. A Oi ainda prepara outro plano de recuperação judicial que deve ser apresentado no primeiro trimestre de 2017.
Teto de gastos
O fim do ano esquentou as discussões da chamada PEC do Teto, a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos para os próximos anos. Apesar dos inúmeros protestos em relação à proposta, a PEC foi aprovada com folga em primeiro e segundo turno no Senado (foto).
Reformas
2016 também foi o ano das reformas. Pelo menos três passaram a integrar a rotina de debates da economia brasileira. São elas: da Previdência, trabalhista e microeconômica. Todas tem um tom de polêmica, a primeira delas, por exemplo, mexe com a idade mínima de aposentadoria e o tempo de contribuição, além de outras regras. Já a reforma trabalhista discute a jornada de trabalho, férias e banco de horas. Por fim, a microeconômica pretende desburocratizar e aumentar a produtividade da economia. Entre as medidas está uma que regulariza a cobrança de preços distintos dependendo da forma de pagamento (cartão, dinheiro, boleto, etc.).
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