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2019 é o ano da virada da Volkswagen, diz chefe global de operações

Fábrica de Anchieta, em São Bernardo do Campo, onde são produzidos o Polo, o Virtus e Saveiro. A unidade foi a primeira da marca instalada fora da Alemanha. | Volkswagen/Divulgação
Fábrica de Anchieta, em São Bernardo do Campo, onde são produzidos o Polo, o Virtus e Saveiro. A unidade foi a primeira da marca instalada fora da Alemanha. (Foto: Volkswagen/Divulgação)

A Volkswagen está perto de voltar a lucrar com sua operação no Brasil e espera que a virada ocorra já em 2019, afirmou na quarta-feira (23), o chefe global de operações da montadora, Ralf Brandstätter, que está de passagem por São Paulo e conversou com jornalistas.

A confiança do executivo se sustenta na recuperação da economia brasileira e nos carros que a Volkswagen pretende lançar este ano, com destaque especial para o T-Cross, principal aposta da marca para vender bem no segmento de utilitários esportivos, conhecidos pela sigla em inglês SUV e que tem sido o que mais cresce do mercado. “Preparamos a base para isso e a equipe está agora executando. Então, por que não (voltar a lucrar em 2019)?”, disse Brandstätter. Graças ao novo SUV é que a fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, sairá do marasmo e retomará o segundo turno, suspenso desde abril de 2018.

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O presidente da Volkswagen para a América do Sul e Caribe, Pablo Di Si, que também participou da conversa, disse que a empresa só não voltou a lucrar ainda por causa da recente crise da Argentina, para onde a operação brasileira envia a maior dos carros destinados à exportação. Mas garante: “Estamos muito perto de voltar a fazer dinheiro”.

Segundo Di Si, a empresa passou por “significativas melhoras” no Brasil, como resultado de trabalho próprio. “Fazer dinheiro é consequência de comprometimento da equipe, fazer os produtos certos e ter autonomia da matriz da empresa”, afirmou o executivo.

As promessas dos executivos da Volkswagen para voltar a lucrar no Brasil foram feitas dias depois de uma das suas principais concorrentes, a GM, que fabrica carros da Chevrolet, ter sinalizado que poderia deixar o Brasil caso não voltasse a lucrar em 2019, depois de anos seguidos de prejuízo.

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A montadora, líder de mercado no Brasil, disse aos seus funcionários que passa por “momento crítico” e, para ter algum alívio financeiro, pediu ao governo paulista antecipação do crédito a que tem direito no ICMS. Além disso, negocia com os trabalhadores algumas flexibilizações em acordos trabalhistas, como redução de piso salarial e aumento da jornada.

Num comunicado distribuído aos funcionários, a GM chegou a reproduzir reportagem publicada pelo jornal Detroit News, sobre recente declaração da presidente mundial da montadora, Mary Barra, em que ela deu sinais de que a empresa considera sair da América do Sul. “Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disse.

Di Si, da Volkswagen, afirmou que a empresa também tem créditos do ICMS a receber, mas que são “pontuais”. Disse ainda que não pretende iniciar nenhuma negociação com o governo estadual no momento. A montadora terminou 2018 na segunda posição do mercado de automóveis no Brasil, com 14,9% dos emplacamentos e o Polo estreando entre os Top 10 do país.

No setor, o consenso é de que se a GM tem direito à antecipação dos créditos, as outras também têm.

Parceria com a Ford ainda é cercada de mistérios

O chefe global de operações da Volkswagen evitou dar detalhes sobre a recente parceria global com a Ford para produção de veículos comerciais. Por enquanto não há nada previsto para o Brasil. O que foi anunciado até o momento é que as duas montadoras vão compartilhar a plataforma de uma picape média, com vendas começando em 2022.

Brandstätter, no entanto, garantiu que os planos da montadora para o Brasil não serão alterados. “A estratégia definida para o Brasil continuará sendo seguida”, disse. O plano de investimento da montadora para o país, anunciado no fim de 2016, é de R$ 7 bilhões até 2020.

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