FGV: Classe média passa a ser maioria no Brasil, aponta pesquisa

Pesquisa divulgada nesta terça-feira (5) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta o crescimento da classe média brasileira nos últimos dez anos. Essa categoria - que, segundo a FGV, inclui famílias com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591 e é denominada como "classe C" - reuniu 51,89% da população em 2008, dez pontos percentuais a mais do que os 42,26% registrados em 2004.

Dentro do cálculo da FGV, em igual período, houve aumento de 4 pontos percentuais dos brasileiros de "classe alta", com as famílias que ganham mais de R$ 4.591 - entre 2004 e 2008, este contingente cresceu de 11,61% para 15,52% da população. Já os brasileiros classificados como "classe baixa", com famílias que ganham menos de R$ 1.064, caiu de 46,13% para 32,59% da população brasileira. Leia matéria completa

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Pobreza caiu mais em São Paulo e no Rio, e menos em Recife, nos últimos seis anos

O Rio de Janeiro e São Paulo concentram atualmente o maior número de pobres entre as seis principais regiões metropolitanas do país, que incluem ainda Recife, Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte. O dado é da pesquisa Pobreza e Riqueza no Brasil Metropolitano, divulgada nesta terça-feira (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que 3 milhões de pessoas saíram da pobreza nas seis principais regiões metropolitanas do País entre os anos de 2002 e 2008. Foram pesquisadas as cidades de Recife, Salvador, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

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A taxa de pobreza nessas seis regiões caiu de 32,9% para 24,1% no período. As pessoas consideradas pobres em 2002 eram 14,352 milhões e agora somam 11,356 milhões. O número de novos ricos aumentou 28,1 mil entre 2002 e 2008. Em 2002 as pessoas consideradas ricas nas seis regiões correspondiam a 448,4 mil. Agora, em 2008, somam 476,596. Apesar disso, a participação de ricos no total da população nessas seis regiões metropolitanas permanece estável em 1%.

Para a pesquisa, o Ipea define como pessoas pobres aquelas que têm renda per capta igual ou inferior a meio salário mínimo (R$ 207,50). As pessoas ricas são aquelas pertencentes a famílias cuja renda seja igual ou maior do que 40 salários mínimos (R$ 16,6 mil).

"O Brasil está deixando de ser um país de pobreza absoluta para ser um país de pobreza relativa, diminuindo a distância entre o topo e a base da pirâmide", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

Segundo ele, a diminuição da taxa de pobreza nessas seis regiões metropolitanas, que correspondem a 1/4 da população brasileira e 2/5 do Produto Interno Brito (PIB) reflete o resultado do crescimento econômico, com maior número de empregos e renda. Na avaliação de Pochmann, os programas de transferência de renda também contribuíram para esse resultado, assim como o aumento do salário mínimo. Ele ressaltou, no entanto, que a pesquisa capta basicamente a renda oriunda dos rendimentos do trabalho e a aposentadoria.

Segundo o presidente do Ipea a pesquisa mostra que os ganhos de produtividade não estão sendo repassados ao salário. "É preciso estar atento para o fato de que o mundo do trabalho ainda não é capaz de repassar ao trabalhador parte significativa dos ganhos obtidos nos últimos ganhos", disse Pochmann. Isto porque, segundo ele, os ricos estariam "capturando" o crescimento da produtividade.

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A região metropolitana de Belo Horizonte foi a que apresentou a maior queda no numero de pessoas pobres. A taxa de pobreza caiu de 38,3% da população, em 2002, para 23,1% da população em 2008. Por outro lado Recife e Salvador apresentaram as maiores taxas de pobreza: Recife com 43,1% e Salvador com 37,4%.

A pesquisa também mostrou um avanço maior na redução do número de indigentes nessas seis regiões metropolitanas. Em 2002 5,562 milhões pessoas eram consideradas indigentes e em 2008 caiu para 3,123 milhões. A indigência, na pesquisa, é quem vive com até 1/4 do salário mínimo.