Quantidade pode não ser problema, mas parte significativa dos hotéis de Curitiba terá de investir em melhorias para não fazer feio na Copa de 2014. Para o diretor acadêmico da escola de profissões e idiomas Centro Europeu, Rogério Gobbi, cerca de 40% da oferta hoteleira quase 5 mil apartamentos terá de passar por algum tipo de reforma. "Temos muitos hotéis antigos que precisam de modernização. É questão de reformar ou adequar apartamentos e restaurantes, trocar o mobiliário e, também, investir em tecnologia", diz o especialista. "Ninguém pode pensar em hospedar uma equipe de jornalistas estrangeiros sem oferecer, para começar, conexão de internet superveloz."
Não se trata apenas de agradar os torcedores e profissionais que virão à cidade em razão da Copa; a questão é fazer deles, após o torneio, os maiores divulgadores da cidade lá fora. E tão importante quanto a estrutura de hospedagem, diz Gobbi, será o atendimento prestado pelos funcionários. "Só cortesia não será suficiente. Muitos de nossos recepcionistas falam somente o português, e não conhecem terminologias e procedimentos comuns na hotelaria de outros países", diz Gobbi. "Temos que pensar que tudo, da estrutura do hotel ao atendimento feito pelos funcionários, servirá de vitrine não só daquele estabelecimento, mas de toda a cidade."
Mão de obra
Gustavo Syllos, diretor do grupo Slaviero, conta que uma das dificuldades já enfrentada pelos hotéis é encontrar mão de obra qualificada, que domine pelo menos duas línguas estrangeiras, para os chamados "pontos de contato" com o hóspede profissionais de recepção e central de reservas, principalmente. O jeito, muitas vezes, é treinar os funcionários após a contratação. A Bourbon Hotéis e Resorts, por exemplo, pretende investir cerca de R$ 500 mil em treinamento neste ano, 5% a mais que em 2009. O dinheiro vai bancar cursos internos e externos, projetos de profissionalização da gestão e outros.