O cidadão brasileiro trabalha os primeiros 4 meses e 26 dias do ano somente para pagar impostos, taxas e contribuições exigidos peos governos federal, estadual e municipal. A conclusão é de um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), com sede em Curitiba. Atualmente, trabalha-se o dobro para pagar tributos do que na década de 70, quando eram necessários 2 meses e 16 dias do ano para custear os impostos.
De acordo com estudo do Instituto, 40,01% do rendimento bruto do contribuinte brasileiro este ano será destinado à tributação incidente sobre patrimônio, consumo, renda e outros. Este porcentual nunca foi tão alto. Em 2003 era de 36,98%, subiu para 37,81% em 2004, alcançou 38,35% em 2005 e no ano passado foi de 39,72%.
Segundo Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, a classe média brasileira teve acréscimo de tributação nos últimos anos, ao passo que o patamar permaneceu o mesmo para a classe alta. Já a tributação sobre as classes mais pobres apresentou leve recuo. "É notório que o principal entrave ao crescimento econômico brasileiro é a elevadíssima carga tributária", disse.
De acordo com o estudo, o Brasil fica atrás da Suécia e da França nos dias trabalhados para arcar com os tributos. Na Suécia, são 185 dias e, na França, 149. O levantamento também mostra os prazos de outros países como Espanha (137), Estados Unidos (102), Argentina (97), Chile (92) e México (91).