Quatro em cada dez candidatos a vagas de estágio são eliminados por erros de português. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube).
A instituição aplicou em 7.118 participantes um teste ortográfico, em forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano como "seiscentos", "escassez", "artificial", "sucesso", e "censura". Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros.
Entre os candidatos, 2.888 (40,6%) foram eliminados. Desses, 37,9% eram mulheres e 44,1% eram homens.
O resultado mostrou que os participantes com idade acima de 30 anos tiveram melhor desempenho, com 68,5% de sucesso, superando outras faixas como a de 14 a 18 anos (59,3%), 19 a 25 anos (58,9%) e 26 a 30 anos (65%).
"Impressiona o fato de os jovens, na fase da universidade, registrarem erros graves na grafia. Apenas 25% dos brasileiros mantêm o hábito da leitura. Com isso, o reflexo é percebido antes até de ingressarem no mercado de trabalho", analisa o coordenador de seleção, Erick Sperduti.
Os alunos do ensino médio lideram os resultados negativos do ranking -49,1% ultrapassaram as falhas aceitáveis. Logo após, aparecem os estudantes do superior (40,3%), superior tecnólogo (38,2%) e médio técnico (37,2%).
Os estudantes de escolas e universidades privadas se deram melhor na avaliação -a diferença chega a 17,5% no caso da graduação.
Entre os cursos, os cursos de Pedagogia (86%), Moda (75%), Secretariado Executivo (69%), Engenharia Civil (68%) e Arquitetura e Urbanismo (64%) são os que tiveram menor número de reprovados.
Na outra ponta, com maior aprovação, estão Engenharia de Controle e Automação (87,5%), Engenharia Química (82%), Medicina Veterinária (79%), Química (77%) e Nutrição (76%).
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