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Turismo

43% dos quartos estão vagos na Copa

Movimento abaixo do previsto não provocou queda de preços de hospedagem em Curitiba | Brunno Covello / Gazeta do Povo
Movimento abaixo do previsto não provocou queda de preços de hospedagem em Curitiba (Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo)

Curitiba é a segunda cidade com mais quartos de hotéis disponíveis para o período da Copa do Mundo entre as doze sedes do torneio. A praticamente um mês da competição, 43% das unidades de hospedagem da capital estão vagas para o período.

INFOGRÁFICO: Curitiba tem a segunda maior disponibilidade de quartos para a Copa do Mundo; número de reservas de turistas de fora aumentou pouco para o período

O levantamento, feito pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), aponta que entre fevereiro e abril cerca de 6% das reservas que estavam bloqueadas para o período foram canceladas e apenas 3% foram confirmadas e pagas pelos turistas. Sendo assim, a proporção de reservas vendidas nos últimos dois meses aumentou de 41% para 44% do total de quartos na cidade, enquanto a quantidade de quartos vagos cresceu mais, de 37% para 43%.

A proporção pode ficar ainda pior nos próximos dias. Com o encerramento da última rodada de vendas de ingressos no dia 30 de abril, a Match, agência oficial da Fifa para as viagens da Copa do Mundo, vai devolver todas reservas restantes que não foram aproveitadas pelos turistas. A estimativa é de que cerca de 10% dos leitos curitibanos estejam nesta situação.

A procura aquém do esperado não foi suficiente para provocar uma queda geral nos preços das hospedagens, como visto em algumas outras sedes, de acordo com o levantamento do site de buscas Trivago. De acordo com a pesquisa, algumas hospedagens no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador registraram quedas de até 40% nos seus preços. "Aqui o preço não caiu, até porque não houve uma grande valorização somente por conta do torneio. Além do mais, Curitiba já era o destino mais barato entre as sedes", afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR), Henrique Lenz César Filho. Em média, Curitiba tem a menor diária entre as sedes, com R$ 522 por noite.

O movimento, no entanto, é mais fraco do que o alardeado há alguns meses e que justificaria a realização do evento na cidade – hoje, a proporção de reservas garantidas para o torneio está abaixo da média histórica de ocupação da cidade, que beira os 65%. "Curitiba depende muito do turismo de negócios, que vai ficar praticamente suspenso no Brasil em junho e julho. Isso é bastante preocupante", afirma o professor de administração turística da UFPR, Charles Macedo.

O presidente da consultoria especialista em hotelaria BSH, José Marino Neto, concorda. Segundo ele, alguns empresários se precipitaram ao imaginar que a demanda da Copa do Mundo seria suficiente para lotar os hotéis da cidade. "Empresas cancelaram congressos e turistas deixaram de visitar cidades-sede durante a Copa com medo de faltar leito. Achava-se que o evento traria um número gigantesco de pessoas, mas não foi bem assim", completa.

Preço de passagem aérea cai 25%

Outro setor que teve que recuar para tentar atrair público no período da Copa do Mundo foi o da aviação civil. Quem fez a reserva em outubro de 2013 de um voo para alguma das cidades-sede do torneio pagou, em média, R$ 481,43. Já para os turistas que compraram passagens ao longo da segunda quinzena de março para viagens entre junho e julho, o ticket médio gasto foi de R$ 361,33. O levantamento, elaborado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), aponta que a queda é de 25% no preço médio. Segundo a Anac, o anúncio dos jogos da primeira fase e a autorização de novos voos feitos pela própria agência em janeiro são os principais fatores para a queda nos preços.

O levantamento apontou que apenas 10% das passagens já estão vendidas, o que está dentro das expectativas para o período, de acordo com a autarquia. Fortaleza e Natal estão com a maior taxa de ocupação até o momento, com cerca de 40% dos assentos ocupados nos voos para junho e julho.

O estudo também apontou que Campina Grande, na Paraíba, está praticamente sem voos para o período – a cidade organiza a festa junina mais tradicional do país. "O estudo não detalha, mas mostra que o impacto da Copa é bastante relativo no movimento aéreo do Brasil", afirma o consultor em mercado de aviação civil e professor da PUC-RS, Leonardo Chagas. "É incomparável o número de voos que esta cidade recebe em relação a São Paulo, ou Rio de Janeiro, por exemplo. Qualquer aumento pode ser bem impactante", completa.

Regime especial

Ao longo do mês do torneio, a Anac aprovou um regime especial de voos, privilegiando as cidades-sede. Ao todo, 16 mil voos foram alterados ou criados especialmente para o período – uma alta de 30% em relação aos 51 mil voos regulares para as doze cidades da competição.

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