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Telefonia

4G “voa” na rua, mas sofre em casa

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Usar a rede 4G no Brasil é como pegar uma rodovia vazia, num carro rápido e sem fiscalização de velocidade. Com o preço da novidade nas alturas, ainda é pequeno o número de pessoas usando a rede de quarta geração, o que significa tráfego livre para quem está lá. A tecnologia 4G está presente apenas em poucos aparelhos, todos lançamentos e com configurações de ponta.

Nos testes realizados pela Gazeta do Povo com a rede da Claro, a única operadora a oferecer o serviço em Curitiba, não foi raro atingir velocidades de até 30 megabits por segundo (Mbps) de download – uma conexão impressionante para um celular e que faz inveja a qualquer rede de banda larga fixa. Os testes foram feitos com os aparelhos Motorola Razr HD e com o Nokia Lumia 820. Não houve diferença notável de velocidade entre os aparelhos.

A Claro ainda está em processo de instalação das antenas na cidade e nem todos os bairros têm suporte à rede. Locais mais distantes do Centro, como Pinheirinho e Boqueirão, têm qualidade de conexão compatível com o 3G e menor que 10 Mbps – velocidade que o governo vai colocar como limite mínimo para as operadoras quando a frequência de 700 megahertz (MHz) entrar em operação, possivelmente no ano que vem.

Devido a uma política estabelecida pela Anatel, por enquanto a rede 4G no Brasil opera apenas na frequência de 2,5 GHz, mais alta e indicada para locais de grande concentração de pessoas. Por outro lado, ela tem menos força de penetração em ambientes fechados, onde a frequência de 700 MHz funciona melhor, por ser mais forte. Nos testes com o 4G da Claro, a velocidade de download na praça de alimentação do Park Shopping Barigui, por exemplo, ficou em 2,3 Mbps.

De acordo com o diretor regional da Claro no Paraná e Santa Catarina, Carlos Cipriano, a empresa vai iniciar a instalação de antenas para melhorar o sinal indoor quando terminar a cobertura externa. A empresa afirma que 46 bairros já têm cobertura.

Nos bairros centrais, a conexão raramente ficou abaixo dos 10 Mbps. Alguns pontos de sombra foram encontrados, como no estacionamento do Museu Oscar Niemeyer – lá, a conexão média ficou em torno de 3 Mbps.

Foram realizados três testes consecutivos com o aplicativo SpeedTest, tanto no aparelho da Motorola quanto no da Nokia. Uma tentativa dez minutos depois, a menos de 500 metros dali, na Rua Deputado Mário de Barros, apresentou velocidade de 17 Mbps, o que indica que a região tem cobertura. A área do estacionamento do museu, especificamente, parece ser um ponto cego da operadora.

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