A riqueza segue mal distribuída no país, segundo o estudo "Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009", divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2009, aproximadamente 25% de toda a geração de renda do país estava concentrada em apenas cinco municípios: São Paulo (12,0%), Rio de Janeiro (5,4%), Brasília (4,1%), Curitiba (1,4%) e Belo Horizonte (1,4%). Juntos, esses municípios concentravam 12,6% da população nacional. Outros oito municípios paranaenses estão entre os 100 que mais contribuíram para o PIB nacional em 2009.
O estudo mostra que a capital paulista segue liderando com folga a geração de riqueza no país. "Não dá para comparar São Paulo com outro município, só com outros estados", afirmou Sheila Zani, gerente da pesquisa. "O mais perto de São Paulo é o município do Rio de Janeiro. Mas só o município de São Paulo gera mais renda que o estado do Rio de Janeiro inteiro. O estado do Rio de Janeiro gera 10% do PIB, enquanto o município de São Paulo gera 12%", compara. "Contando que toda a Região Nordeste do país gera 13,6% do PIB, São Paulo é quase um Nordeste inteiro", acrescenta Sheila.
Em 2009, o município não foi afetado pela crise internacional porque as atividades típicas da capital paulista, que são o setor financeiro e as indústrias voltadas para o mercado interno, não perderam participação no PIB. "Então São Paulo ganha participação. O setor financeiro ganha até um pouco mais que a indústria, porque tem um peso muito grande", conta a pesquisadora do IBGE. Brasília também ganhou participação em 2009. "Em Brasília, a administração pública é o pesado", explicou Sheila. "Os setores que registraram perdas, como as atividades de produção e exportação de commodities, não são determinantes para as economias dessas capitais", justificou.
Na prática, em 2009, perderam mais participação no PIB os municípios que tinham a economia mais voltada para o mercado externo (leia mais no box acima), enquanto as economias mais voltadas para o mercado interno conseguiram sobreviver melhor. Os municípios paulistas de Barueri, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Santos, além de Betim (MG), tiveram variação negativa de 0,1 ponto porcentual cada um, causada por retrações na indústria e na redução da atividade comercial.