1) Ações sobem quando a economia vai bem
A percepção generalizada é que quando a bolsa de valores sobe, a economia vai bem, e vice-versa. Essa visão nem sempre é precisa. Historicamente, o mercado acionário cresceu antecipando melhoramentos da economia e despencou antes de uma freada na economia acontecer. Por isso, é frequentemente visto como um sinal que antecipa a economia e não um indicador que a acompanha. Por exemplo, um declínio das ações em 2007 antecipou a grande crise de 2008.
Mas existem também casos em que o mercado acionário vai bem porque a economia desacelera. Se o Banco Central reduz a taxa Selic como resposta ao deterioramento da economia, as ações podem ter um desempenho melhor - como aconteceu esse ano quando cresceram as expectativas que o Banco Central dos EUA cortasse a taxa básica de juros por causa da desaceleração global. Pelo contrário, em 2018 as ações despencaram após o aperto decidido pelo Banco Central americano em resposta a um fortalecimento da economia dos EUA.
2) Investidores devem tolerar alta volatilidade
"A volatilidade do mercado é inevitável. É a natureza dos mercados subir e descer no curto prazo", de acordo com Investopedia. Uma coluna da Forbes em março notava que a volatilidade é "uma parte necessária de como um mercado eficiente se comporta".
Mas existem formas para os investidores reduzirem a volatilidade dos portfólios de ações e diminuírem o impacto do comportamento do mercado. Em primeiro lugar, algumas estratégias servem de filtro para companhias com históricos de alta volatilidade. Uma referência é tomar como base o índice de baixa volatilidade do S&P 500 (no caso da bolsa americana).
Outra potencial maneira é investir em fundos gerenciados ativamente, em que profissionais gerenciam e escolhem as ações - diferente dos fundos passivos que acompanham referências mais amplas do mercado. Fundos acionários ativos têm tido performances melhores em momentos de desaceleração do mercado. Por exemplo, depois da bolha das empresas de tecnologia estourada em 2000, os fundos ativos caíram 34,1%, ante 42,1 do índice S&P 500.
3) Ações de mercados emergentes são arriscadas demais para investir
Em 1952, o vencedor do prêmio Nobel Harry Markowitz desenvolveu a teoria da diversificação do portfólio, uma maneira de reduzir os riscos investindo em ativos de vários tipos. A teoria sugere que deter apenas títulos do Tesouro pode ser mais arriscado que possuir um mix de investimentos que inclua ações de mercados emergentes.
Há boas razões para investir nesses país: China e Índia juntas representarão 35% do PIB mundial até 2050, enquanto a fatia americana deve encolher até 12%. As ações dos emergentes asiáticos devem receber um impulso a partir de estímulos fiscais na China e na Índia. As ações chinesas devem se beneficiar inclusive pelas liberalizações na economia da China.
4) É preciso muita atenção às notícias financeiras para ter sucesso
O mercado acionário recebe muita atenção da mídia e é comum pensar que é preciso acompanhá-lo de perto para não perder nenhuma oportunidade de ganho. O problema é que acompanhar constantemente as notícias pode reduzir o retorno dos investimentos. Reagir aos últimos dados econômicos ou se deixar influenciar pela guerra comercial entre EUA e China não paga no longo prazo.
Pesquisa da empresa independente de investimento Morningstar comparou os fundos de investimento abertos (em que ações podem ser resgatadas a qualquer momento) com investidores que se movem de acordo com as notícias. Ao longo de dez anos, em março de 2018, os fundos de investimentos tiveram retorno de 5,8%, ante 5,5% dos outros investidores.
5) Ações com preços altos representam uma bolha
O valor das ações é um indicador impreciso da performance do mercado no curto prazo porque as ações podem permanecer em alta por muitos anos. Já avaliar o desempenho das ações ao longo de dez anos traz uma predição muito melhor.
Empresas listadas no S&P 500 garantem ganhos de 5,1%, ante 1,7% dos títulos do tesouro ao longo de dez anos. É uma diferença de 3,4% em favor das ações - o que mostra que ações são mais atrativas que os títulos.