Mais de 500 lojas participantes da Black Friday, marcada para sexta (28), se inscreveram para receber o selo Black Friday Legal, um "código de ética" em que as vendedoras se comprometem a praticar ofertas reais, sem maquiagem de preços.
Criado no ano passado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o selo ajuda o consumidor a identificar lojas com credibilidade na hora de fazer as compras durante o dia de descontos. O número de inscritos surpreendeu a própria Câmara: no ano passado, apenas 123 lojas se cadastraram no programa, e o órgão esperava um crescimento de no máximo 25% para 2014.
Os empreendimentos que desejam aderir ao programa estão passando por um processo de análise cadastral, e os aprovados devem ser divulgados até esta quinta-feira. Segundo a Câmara, a análise verifica dados cadastrais da empresa, como CNPJ e Razão Social ativos na Receita Federal, se a loja disponibiliza informações de contato e se consta na lista de reclamações do Procon.
A maquiagem de preços costuma ser um dos principais alvos de reclamações dos consumidores durante a Black Friday no Brasil. A prática consiste no aumento do valor de um produto poucos dias antes da data da promoção, com o objetivo de oferecer um "desconto" que deixa o preço igual ou superior ao valor não promocional. Segundo o site "Reclame Aqui", das 8.500 reclamações recebidas pelo portal na Black Friday do ano passado, 27% foram referentes à maquiagem de preços.
O Procon-SP também cita essa fraude entre os tipos frequentes de reclamação feita ao órgão durante a última edição - foram 302 denúncias recebidas. O órgão de defesa do consumidor disponibiliza uma lista de 450 sites que devem ser evitados por, após reclamações de clientes, não terem sido encontrados ou não terem respondido a notificações do Procon-SP.
EstoqueNo levantamento feito pelo "Reclame Aqui", a grande maioria das reclamações sobre o evento de 2013 dizem respeito à falta de estoque dos produtos ofertados - 46% dos protestos registrados. A lentidão e dificuldade para acessar os sites também foi bastante citada, sendo motivo de revolta de 21% dos usuários.
As lojas eletrônicas mais apontadas nas denúncias foram Extra, Submarino e Ponto Frio, diz a pesquisa, sem revelar o tipo de reclamação que predominou em cada vendedora. Em nota, o Extra e o Ponto Frio, ambos pertencentes ao Grupo Pão de Açúcar, disseram à reportagem que "as companhias vêm se preparando há cerca de um ano para a data, com o objetivo de promover melhorias contínuas nos processos adotados por todas as áreas". O Submarino não se manifestou sobre o assunto.
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